Comida de Verdade

Programa Comida de Verdade com MST volta em novo formato e horário!

Um dos programas mais saborosos do MST, "Comida de Verdade" estreia sua segunda temporada na próxima quarta (17/3), às 19h

Por Fernanda Alcântara
Da Página do MST

A luta das mulheres pela vida, semeando resistência, contra a fome e as violências, dará o tom à estreia da segunda temporada do Comida de Verdade com MST nesta próxima quarta-feira (17/3). Produzido pelo Movimento com o objetivo de mostrar de norte a sul do Brasil a produção dos assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária Popular, o programa apresenta pautas importantes para o campo e cidade.

Divina Lopes, do MST. Foto: Arquivo MST

Nesta segunda temporada, o Comida de Verdade passará a ter a duração de 30 minutos e entrará ao vivo em um novo horário, a partir das 19h, a cada 15 dias. As mudanças partem de pedidos do público, a partir de uma pesquisa popular realizada nas redes sociais do MST a respeito do melhor formato para a exibição. Na reestreia, o programa será apresentado por Divina Lopes, da MST no Maranhão, e Luana Carvalho, do MST no Rio de Janeiro.

“É uma alegria participar do Comida de Verdade, pois trata-se de um programa que questiona a lógica perversa de atuação do capital na agricultura, apresentando inúmeras inciativas de produção de alimentos saudáveis e socialização de receitas nutritivas, saborosas, que expressam nossa diversidade cultural no que se refere à culinária das diferentes regiões. Também dá visibilidade à luta das famílias camponesas, que seguem recriando formas de existir, num contexto em que a fome volta a doer no estômago de grande parte da população brasileira”, conta Divina.

“Falar de comida de verdade sempre nos remete também a falar do papel tão importante que a mulher desempenha, que é o alimentar”, lembra Luana Carvalho. “Falar da mulher e falar da comida é fundamental, porque a mulher historicamente esteve à frente dos processos de cuidado, e a comida, o comer, é um ato de cuidado. É o ato de saciar uma fome, mas também de saciar a alma, os desejos, as vontades”, completa.

Luana Carvalho, do MST. Foto: Arquivo MST

Assim como no ano passado, o programa abordará temas ligados à alimentação e tradição camponesa, sempre com informação, música, poesia e arte, a partir do trabalho do povo Sem Terra para renovar o espírito e conceder ainda mais força para os momentos de luta.

“As mulheres Sem Terra estão em luta, semeando resistência, fazendo a defesa da alimentação como um direito de toda a população brasileira e não como um negócio dos capitalistas, que concentram terra, sementes e insumos agrícolas. A luta das mulheres também apresenta a urgência de repensarmos os nossos modos de viver e existir no planeta”, explica Divina ao falar do tema de reestreia do programa.

Para ela, “estamos num contexto de luta das mulheres, experimentando os aromas de março e denunciando que as mulheres têm sido brutalmente atingidas por esse contexto, onde a miséria da fome aumenta ainda mais a violência em nosso país.”

“É como a gente costuma dizer, o 8 de março não acaba: ele está em nós. As mulheres iniciam as jornadas de luta sempre no mês de março e dão o tom para o resto do ano”, complementa Luana.

O Programa

O Comida de Verdade terá quadros especiais como o Balaio da saúde, com dicas de plantas e a capacidade de lutar; a Receita Marmita de Luta; e uma reportagem sobre os Quintais produtivos, dando materialidade à produção de alimentos saudáveis.

Participante do Encontro Nacional Mulheres do MST. Foto: Matheus Alves

Atualmente, os quintais produtivos e agroecológicos são o caminho para valorização da terra, do sustento, da vida das famílias que se envolvem no processo e na construção da sustentabilidade e soberania alimentar para os povos. A reportagem apresenta os quintais como espaço que podemos debater: divisão sexual do trabalho, fitoterápicos, produção em pequena escala, ações de solidariedade e combate à fome.

Além disso, o quintal é um espaço que garante a autonomia das mulheres, como lembra Luana, a partir da experiência no Rio de Janeiro. “As mulheres dos nossos assentamentos da reforma agrária estão nos processos produtivos, estão fazendo agroecologia, e inclusive inauguram este debate da agroecologia dentro dos nossos assentamentos. Elas estão à frente da produção agroecológica, sem veneno, saudável e com um preço justo para todas e todos”, conclui.

Quer entender mais sobre os quintais produtivos e porque a luta das mulheres tem tudo a ver com o Comida de Verdade? Então não esquece: é na próxima quarta (17/03), às 19h00, nas redes sociais do MST e outros parceiros.

Confira os programas do ano passado AQUI!

*Editado por Wesley Lima