Doação de Alimentos

Páscoa da partilha: famílias do MST doam 5 toneladas de alimentos e 600 litros de leite no Paraná

Ações ocorreram nas cidades de Catanduvas e Congonhinhas e chegaram aos bairros da periferia
Em Catanduvas (PR) foram doadas 2,5 toneladas de alimentos livres de agrotóxicos. Foto: Daniel Rodrigues/MST-PR

Por Setor de Comunicação e Cultura do MST-PR
Da Página do MST

Enquanto a pandemia da Covid-19 segue em sua fase mais alarmante no Paraná, com maior número de mortes e filas por vagas em UTIs, a população menos favorecida segue sem qualquer auxílio emergencial por parte do governo federal ou estadual. Em solidariedade com quem passa pela dificuldade de garantir o alimento neste período, durante o feriado da Páscoa, camponesas e camponeses do MST no Paraná doaram 5 toneladas de alimentos e 600 litros de leite aos moradores de periferias urbanas.

No dia 2, sexta-feira, as doações foram organizadas pelo acampamento Nova Semente, de Catanduvas (PR), no oeste do Estado. Ao todo, foram doadas 2,5 toneladas de alimentos livres de agrotóxicos. Entre os itens das cestas estava feijão, mandioca, chuchu, abóbora, cheiro verde, banana, dentre outras variedades. As famílias Sem Terra também produziram e embalaram 100 ovos de chocolate, entregues especialmente para as crianças das comunidades. 

Já no sábado (3/4), 2,5 toneladas de alimentos e 600 litros de leite integral foram doados pelos assentamentos Ho Chi Minh, Rosa Luxemburgo, Carlos Lamarca, e pelo acampamento Carlos Marighella, ambos de Congonhinhas, no Norte Pioneiro. A diversidade de itens levava arroz, feijão, frutas, verduras e legumes, entre outros alimentos. Pastores evangélicos da cidade também participaram da campanha de doações. 

Solidariedade para enfrentar a pandemia 

Esta não é a primeira vez que as comunidades se mobilizam para partilhar os frutos de suas produções, neste período de pandemia e de aumento da crise econômica no país, agravadas pela política genocida do governo Bolsonaro. Desde abril de 2020, mais de 533 toneladas de alimentos foram partilhadas em todo o Paraná, com a participação de milhares de agricultores e agricultoras da Reforma Agrária. Parte destas famílias Sem Terra ainda luta para garantir o direito de permanecerem nas áreas onde moram, mas ali produzem alimentos e garantem condições mais dignas de vida. 

As iniciativas fazem parte da campanha nacional do MST em apoio a quem enfrenta a fome neste contexto de pandemia. No Brasil, o total de doações já passam das 4 mil toneladas de alimentos. 

Além dos alimentos in natura e beneficiados, cerca de 50 mil marmitas já foram produzidas e doadas para pessoas em situação de rua e moradores de ocupações urbanas de Curitiba. A ação ocorre toda semana desde maio de 2020, por iniciativa do coletivo Marmitas da Terra, coordenado pelo MST. Em Londrina, mil refeições foram doadas por camponesas durante a semana de 8 a 14 de março deste ano, que relembrou o Dia Internacional da Mulher. 

Ao todo foram mais de 100 ações de solidariedade no Estados, que partiram de 52 acampamentos, 121 assentamentos, 20 unidades de produção e comunidades da agricultura familiar, cooperativas e sindicatos de trabalhadores rurais. Comunidades de pelo menos 80 municípios, de todas as regiões do estado, se mobilizam para realizar doações.  

As doações chegaram a famílias de bairros de periferias urbanas, ocupações urbanas, hospitais públicos e Santas Casas, lares de idosos, associações de moradores e de catadores, abrigos, pessoas em situação de rua e comunidades indígenas.

Abril Vermelho

A semana do Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, 17 de abril, também será marcada por ações de solidariedade em todo o estado. A data foi criada em memória aos 21 trabalhadores Sem Terra assassinados, no que ficou mundialmente conhecido como o Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996, que neste ano completa 25 anos de impunidade. Em breve serão divulgadas as agendas de mobilização em cada região do Paraná. 

Somado ao gesto de solidariedade, as iniciativas cobram o impeachment do presidente Bolsonaro, por agir de forma desastrosa e negligente ao longo de toda a pandemia, com políticas genocidas durante a pior crise sanitária da história do país. As ações também cobram o direito à vacinação já para toda a população e o auxílio emergencial de R$ 600 reais, às pessoas sem renda.   

*Editado por Solange Engelmann