Dia Mundial da Saúde

Protestos no Dia Mundial da Saúde denunciam: Vacina salva, Bolsonaro não!

Em todo o país, MST, sindicatos e entidades realizam manifestações contra o atual governo e na defesa do SUS
No Dia Mundial da Saúde, ações simbólicas foram realizadas em todo o país, como esta em frente à Catedral da Sé (SP). Foto: Larissa Gould

Por Fernanda Alcântara
Da Página do MST

A pandemia da Covid-19 e seu rastro de destruição de vidas humanas é resultado do modelo de produção capitalista e do atual ‘desgoverno’ de Bolsonaro. Diante do atual cenário, movimentos populares organizaram uma série de manifestações nesta quarta-feira (7), durante o Dia Mundial da Saúde, com o mote “Vacina Salva, Bolsonaro não”.

Em mais de 50 pontos pelo país, os atos alertam sobre a necessidade de ações, desde as mais simples, como o uso de máscaras, lavagem das mãos, o distanciamento físico e o isolamento social, até as bandeiras conjunturais mais importantes, que envolvem a imunização por meio da vacinação em massa da população, o auxílio emergencial de 600 reais e o Fora Bolsonaro.

Neste Dia Mundial da Saúde, as manifestações reforçam a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) e da quebra de patentes para garantir a vacinação de todos os cidadãos contra a Covid-19, uma vez que o Brasil é o único país em desenvolvimento que se posiciona contra a quebra de patentes. O que dificulta a imunização nos países pobres e favorece as transnacionais da indústria farmacêutica.

Os atos aconteceram durante todo dia em 12 estados diferentes, que envolveram mais de cinquenta pontos diferentes. Em cada um desses pontos, foram exibidos faixas e cartazes em defesa da saúde pública. Na Bahia também foram realizadas doações de sangue e de mudas de árvores, enquanto em Santa Catarina, foram expostas cruzes pretas em homenagem às vítimas do coronavírus.

Confira as principais ações pelos estados:

São Paulo

Manifestantes cobraram contratações e melhores condições de trabalho, auxílio justo e reconhecimento dos profissionais da linha de frente. Foto: Felipe Simoni

Considerado o Dia Mundial da Saúde ‘mais triste da história’, sindicatos, movimentos populares e profissionais defendem o impeachment de Bolsonaro como urgência sanitária e o fortalecimento do SUS para o enfrentamento da pandemia.

Na quarta-feira (7/4), a partir das 7 horas, no posto de saúde do bairro Jardim Parateí, em Guararema-SP, os trabalhadores(as) da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) entregaram cestas de produtos da Reforma Agrária aos profissionais de saúde, que se alegraram com o reconhecimento.

Na manhã da sexta-feira (09/04), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra participou de ações pontuais em defesa de medidas pela vida e saúde da população. No momento mais crítico da pandemia, as ações se concentraram principalmente em atos de solidariedade na frente do prédio do Instituto Butantã, em São Paulo. David Zamory, do MST em São Paulo, participou da ação e ressaltou que a escolha do local reforça a luta pela vacina, além de homenagear os trabalhadores da saúde.

Ação em frente ao Instituto Butantã, em São Paulo. Foto: Fernando Banzi

“O Instituto Butantã tem sido um dos principais locais de esperança do povo brasileiro pela produção da vacina. A ideia do ato é estender a solidariedade aos trabalhadores da saúde em geral, especialmente àqueles do SUS, que trabalham sempre em condições muito difíceis. Ao mesmo tempo, queremos cobrar dos governadores e do Governo Federal mais celeridade, mais seriedade e mais investimentos na produção de vacinas”, afirmou David. A ação contou com entrega de cestas da Reforma Agrária aos profissionais de Saúde do Instituto, além da entrega de flores aos passantes entrando no Instituto.

Paraíba

Ato em João Pessoa – PB. Foto: Abraão Moura/Levante Popular da Juventude

Na Paraíba, atos simbólicos nas cidades de João Pessoa (PB) e Campina Grande (PB) também enalteceram o SUS e a relevância das atividades dos profissionais da área. Vários movimentos sociais, como o MST, Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), a Marcha Mundial das Mulheres (MMM), o Levante Popular da Juventude e a Rede de Médicas e Médicos Populares de Saúde se reuniram, em João Pessoa, na Praça dos Três Poderes, nesta quarta (07), por volta das 11 horas. Também foram realizadas a entrega de banners aos profissionais de saúde, além de afixar faixas em defesa do SUS.

Doação de saladas de frutas, pelo MST, no Hemocentro de João Pessoa. Foto: MST

Pernambuco

Em Recife, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) Pernambuco, as Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo e a Campanha Fora Bolsonaro realizaram ato simbólico de protesto, em frente a Praça Oswaldo Cruz com a fixação de cartazes, faixas e cruzes em memória dos mortos pela Covid-19. Em Pernambuco, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, já foram notificados 12.479 mortes.

Minas Gerais

Na cidade de Belo Horizonte, os atos simbólicos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) e em demais unidades de saúde defenderam, entre as bandeiras de luta, o direito a renda e a urgência por vacinação para toda a população.

A capital mineira tem dados alarmantes quanto ao número de mortos, fruto da ausência de decisões que levem em consideração as demandas do Controle Social e dos Sindicatos.

Governador Valadares

Cerca de oitenta participantes da Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo ocuparam na manhã desta quarta (7), por tempo indeterminado, a área interna do Hospital Regional em Governador Valadares (MG). A ação cobra do Governo de Minas Gerais a abertura imediata do hospital para conter os avanços da Covid-19 no município, que registra 791 mortes e não tem leitos. A obra está 90% finalizada.

Os manifestantes irão lançar um manifesto que será encaminhado ao prefeito municipal, ao governador do estado e ao presidente da República. O documento ainda será protocolado no Ministério Público Estadual (MPE) e no Ministério Público Federal (MPF). No Estado de Minas Gerais já foram mais de 25 mil mortes.

Rio Grande do Norte

Em São Gonçalo do Amarante a ação foi emocionante, conversamos com algumas pessoas da comunidade sobre o momento político e alertamos sobre a importância de estarmos juntos, enfrentando a crise sanitária e o governo federal, relatam os trabalhadores(as) do MST.

A Campanha Vida, Pão, Vacina e Educação segue com a arrecadação de mais produtos. Para contribuir, basta fazer contato com os militantes do MST no estado.

Santa Catarina

Em Florianópolis, na capital catarinense houve ato em frente à residência oficial do Governo de Santa Catarina. Militantes de várias categorias também fortalecem a luta do SindSaúde/SC, que está sob ataque do governo estadual.

Rio Grande do Sul

Ato em Porto Alegre-RS. Foto: Carolina Lima

Em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, um caixão e um manifestante vestido de morte estiveram presentes nas atividades de protestos pelo país, para reafirmar a saúde como um direito. Além disso, as demandas de orçamento adequado para o SUS, auxílio emergencial de R$ 600 e a garantia de direitos para toda população brasileira, também foram levantadas.

Piratini

Trabalhadores(as) Assentados de Piratini, no RS, realizaram doações de alimentos para famílias do bairro Padre Reinaldo, e para trabalhadoras da reciclagem de lixo da Cooperativa de Trabalho de Reciclagem Solidaria (Coopiratini). Ao todo, foram entregues 30 cestas de produtos da Reforma Agrária, com feijão, arroz, cebola, batata doce, aipim, alface, abóbora japonesa, milho verde entre outros.

Além disso, foram doados ao hospital da cidade aproximadamente 70 kg de diversos tipos de abóbora. Os alimentos foram doados pelos assentamentos Conquista dos Imigrantes, Conquista da Liberdade e Rubira, de Piratini.

Bahia

Na manhã desta quarta-feira (7), militantes do MST da regional Norte da Bahia doaram sangue no Hemoba, em Juazeiro/BA. O ato de solidariedade faz parte das atividades do Dia Mundial da Saúde.

Confira mais imagens dos atos pelo país:

*Editado por Solange Engelmann