Despejo

Despejo acontece neste momento no Acampamento Bondade, em Amaraji (PE)

Centenas de famílias de trabalhadores(as) Sem Terra do Acampamento Bondade seguem resistindo à operação de despejo, em meio ao ataque de bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha
Famílias Sem Terra seguem resistindo ao despejo, em Amaraji. Foto: MST no PE

Da Página do MST

As mais de 200 famílias de trabalhadores(as) Sem Terra que vivem no Acampamento Bondade, no município de Amaraji, na Zona da Mata Sul de Pernambuco seguem resistindo a operação de despejo, em meio ao ataque de bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, em um momento de pandemia da Covid-19.

Os trabalhadores/as estão sofrendo ataques de cerca de 450 policiais, do Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (BEPI), Batalhão de Choque da Polícia Militar de Pernambuco, cavalaria da Polícia Militar de Pernambuco. Enquanto um helicóptero da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco sobrevoa as terras do engenho Bondade, na zona rural de Amaraji.

Tomás Agra Mello, advogado e membro do Setor de Direitos Humanos do MST, conta que a polícia dispersou a ocupação, concluiu a reintegração de posse e dois militantes do MST Pernambuco foram detidos. Agora, o grupo está a caminho da Delegacia de Polícia em Amaraji para acompanhar o caso. O dirigente nacional do MST em Pernambuco, Jaime Amorim afirma que a polícia incendiou a ocupação “Tudo foi destruído. A Polícia esta queimando tudo: barracos, lona, pertences. É terra rasada”, lamenta. 

Após vários pedidos de suspensão de despejo para resolver o conflito por parte das famílias acampadas, nem o Governador Paulo Câmara, nem o Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe), ou o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ofereceram nenhuma solução para resolver o conflito fundiário com usineiros da Usina União.

Além de ser autora do pedido de despejo, a usina já foi denunciada pelo próprio MPPE por perpetuar trabalho escravo, onde muitos desses trabalhadores(as) são os(as) mesmos(as) que hoje resistem ao despejo do Engenho Bonfim.

*Editado por Solange Engelmann