Presidente do Haiti, Jovenel Moïse é assassinado

Por Ricardo Cabano*
Para Página do MST

Na madrugada, desta quarta-feira, 07 de julho de 2021, um grupo armado invadiu a residência presidencial de Jovenel Moïse, presidente do Haiti, assassinou o presidente e baleou a primeira dama, que veio a falecer no hospital, em Porto Príncipe, capital do país. Neste momento, o aeroporto está fechado e as fronteiras terrestres também.

Nos últimos dias, o Haiti, tem vivido uma onda de violência e assassinatos, que culminam neste momento, com o assassinato do presidente. A situação de insegurança vivida pela população se agrava, as ruas estão vazias.

Jovenel Moïse, que ocupava a presidência desde o ano 2016, e buscava a permanência ilegal no cargo, não realizando a eleição no mês de fevereiro de 2021, estava sendo acusado de ter envolvimento com um grupo de milicianos conhecido como G9. Esse grupo, vem realizando uma onda de assassinatos e violência em bairros periféricos de Porto de Príncipe, entre os assassinatos, estão um membro do conselho de advogados e dois jornalistas, todos contrários ao governo, e denunciantes dos crimes de Jovenel Moïse.

Entre as tentativas de permanência de Jovenel na presidência, a mais significativa, foi a tentativa de um referendo popular para mudar a Constituição do país, entre as mudanças, isentava o presidente de qualquer crime cometido durante seu mandato. Vale ressaltar, que internamente no partido Partido Haitiano dos Cabeças Rapadas (PHTK) do presidente, há uma disputa e Jovenel não era uma unanimidade.

Sobre o assassinato, em comunicado oficial o primeiro ministro Clauder Joseph, afirma ter sido um grupo de homens que falavam em espanhol, essa é a única informação. Nos meios de comunicação, todos apontam o envolvimento de Jovenel com criminosos e traficantes de drogas, e que o mesmo, estava sendo investigado por conta desses envolvimentos.

A crise no Haiti se encontra potencialmente agravada, e neste momento não há uma perspectiva tranquila para população. Um país com forte presença dos Estados Unidos no comando das decisões políticas e econômicas, que vive uma década de instabilidade no parlamento, com uma frágil democracia.

Neste momento, o povo do Haiti necessita que outros povos do mundo observem e se solidarizem com esta nação, para que esta mantenha-se erguida.

*Membro da Brigada Internacionalista Dessalines do MST no Haiti.

**Editado por Solange Engelmann