Solidariedade Internacional

Delegação da Internacional Progressista se reúne com o MST e Congressistas brasileiros

Os membros da frente internacional estarão no Brasil até o fim de agosto e, além de Brasília, devem visitar os estados do Pará e Minas Gerais
O encontro da frente internacional com o MST, aconteceu em Brasília na manhã desta quarta-feira, 18 de agosto. Foto: Thiago Datt 

Por Mayrá Lima
Da Página do MST

Um grupo de onze pessoas, entre parlamentares, sindicalistas e lideranças indígenas, oriundos de diversos países latinoamericanos, europeus e dos Estados Unidos, estão no Brasil desde o último dia 17 de agosto. São representantes da Internacional Progressista (IP), frente internacional que tem o objetivo de fomentar a organização e mobilização de ativistas, associações e movimentos sociais em defesa da democracia, da solidariedade, sustentabilidade e igualdade.

Com o MST, o encontro aconteceu em Brasília na manhã desta quarta-feira, dia 18 de agosto. A delegação da IP ouviu de dirigentes Sem Terra e de parlamentares brasileiros, ligados à questão agrária e ambiental, relatos relacionados às disputas que acontecem no país em um cenário de retrocessos democráticos e de direitos no pós-golpe de 2016.

De acordo com Luiz Zarref, integrante da coordenação nacional do MST, o cenário brasileiro da paralisação da Reforma Agrária e o aumento da violência e das violações dos direitos humanos contra trabalhadores/as do campo e da cidade motiva a organização popular. “Ainda mais durante o Governo Bolsonaro, é preciso que movimentos sociais se fortaleçam em sua organicidade e busca de solidariedade nacional e internacional em uma grande frente de combate às mais diversas desigualdades sociais”, disse.

O meio ambiente e os ataques aos direitos camponeses e de povos tradicionais foram os temas que mais motivaram observações por parte dos membros do IP. Neste contexto, o papel conservador do Congresso Nacional brasileiro e a organização da Bancada Ruralista foram objetos de preocupação.

Segundo Matt Kirkegaard, coordenador de Movimentos da Internacional Progressista, o encontro com o MST foi de aprendizado. Foto: Thiago Datt 

“Convivemos com pautas que promovem o aumento da fronteira agrícola a um projeto de agricultura que não é sustentável. O agronegócio sobrevive sob forte financiamento público, somado a produção de commodities voltadas à exportação, somada a uma bancada de ruralistas que trabalha para diminuir cada vez mais as legislações de proteção ambiental e aumentar a criminalização dos movimentos sociais”, explicou o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), presente na reunião juntamente aos também deputados federais João Daniel (PT-SE) e Valmir Assunção (PT-BA) e a secretária de Movimentos Populares do PT, Lucinha Barbosa.

Segundo Matt Kirkegaard, coordenador de Movimentos da Internacional Progressista, o encontro com o MST foi de aprendizado. “Coletamos informações que nos ajudam não só a ampliar as possibilidades de interação e solidariedade internacional, mas que também coletivizam mecanismos de enfrentamento do sistema capitalista internacional, que promove retrocessos de direitos nos mais diversos povos e movimentos sociais ao redor do mundo”, afirmou.

As visitas da IP em território brasileiro abrangem lideranças e organizações indígenas de todo o Brasil, comunidades quilombolas, membros do Congresso de partidos como o PT, PSOL, PSB e outros, além de movimentos sociais. A delegação também possui agenda com membros do Fórum Social Panamazônico, grupos ambientalistas e atores da sociedade civil com foco na infraestrutura amazônica sustentável.

A Internacional Progressista nasceu em dezembro de 2018, após um chamado a todas as forças progressistas no mundo promovido pelo Movimento Democracia na Europa (Democracy in Europe Movement, DiEM25) e o Instituto Sanders, nos Estados Unidos. Atualmente, a frente internacional possui um conselho formado por mais de 40 integrantes entre intelectuais, ativistas e militantes de movimentos sociais e de partidos políticos. Entre eles, destacam-se o norte-americano Noam Chomsky, a canadense Naomi Klein e o brasileiro Fernando Haddad.

Saiba mais em https://progressive.international/

*Editado por Solange Engelmann