Rio de Janeiro

Vem aí a 13ª da Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes: 25 anos do MST no RJ

Entre os dias 8 e 18 de setembro acontecerá a 13ª Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes no Rio de Janeiro
IX Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes recebe mais de 100 mil pessoas
Em 2019, antes da pandemia, a IX Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes recebe mais de 100 mil pessoas. Foto: Arquivo MST

Por Comunicação do MST no Rio de Janeiro
Da Página do MST

Entre os dias 8 e 18 de setembro acontecerá a 13ª Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes no Rio de Janeiro, Patrimônio Imaterial da cidade do Rio de Janeiro, (Lei 5.999-2016). Será uma edição especial que celebrará também os 25 Anos do MST no estado do Rio de Janeiro e os 3 anos do Armazém do Campo RJ., como também os 4 anos da construção da identidade social Terra Crioula, que representa a produção da Reforma Agrária Popular realizada nos acampamentos e assentamentos do estado.

Com o tema principal a festa comemora o aniversário do MST no estado do Rio que completou 25 anos em abril de 2021, o MST traz a mística e a afirmação da luta pela reforma agrária. Um momento de celebrar as conquistas desta caminhada, que inspira para resistir aos ataques da sanha do ultraliberalismo e do agronegócio e que querem fazer o povo sofrer pelas mãos do governo genocida de Bolsonaro.

Edição passada da Feira Cicero Guedes. Foto: Coletivo de Comunicação do MST no Rio de Janeiro

E seguimos lutando nos acampamentos e assentamentos do estado e seus diversos coletivos, a construção de espaços de comercialização como o Terra Crioula e o Armazém do Campo. A luta e resistência no Irmã Dorothy, no PDS Osvaldo de Oliveira e Edson Nogueira, e hoje com a retomada do acampamento Cícero Guedes, como os frutos das primeiras sementes plantadas em 1996, em Campos dos Goytacazes.

Por conta da pandemia de Covid-19, a Feira será em formato de circuito de comercialização de cestas na capital e nas regiões, iniciando com a entrega de cestas no Armazém do Campo dias 8 e 11 de setembro, e seguindo para as regiões do estado na semana seguinte. Além disso, terá uma rica e diversa programação cultural de lives com os espaços formativos do Diálogos da Terra e o Ato Político. Levando assim a produção e as pautas do campo, da agricultura familiar e camponesa e da luta pela Reforma Agrária para as casas da classe trabalhadora, assim como pelos meios virtuais.

No Rio de Janeiro e região metropolitana, a 13a Feira da Reforma Agrária pretende entregar cestas em bairros da capital, Grande Rio, na Ilha do Governador, Niterói e Maricá; No Norte Fluminense a Feira será realizada em Campos dos Goytacazes, no Espaço Santa Paciência; Em Macaé; Na Baixada Fluminense; e na região Sul Fluminense em 5 municípios, Volta Redonda, Barra Mansa, Quatis, Porto Real e Resende.

Com este circuito da Feira, a ideia é comercializar mais de 70 toneladas de produtos da Reforma Agrária Popular, produzidos nas quatro regiões do estado onde o MST está organizado: Norte Fluminense, Lagos, Sul Fluminense e Baixada Fluminense. Uma rica variedade de produtos vindos de todo o estado e de cooperativas do Brasil ligadas ao movimento. Diferentes tipos de arroz, feijão, frutas e polpas, legumes, verduras, hortaliças, suco de uva integral, produtos derivados de cana-de-açúcar (açúcar mascavo, melado, rapadura), cerveja artesanal, ervas medicinais, fitoterápicos e fitocosméticos como também beneficiados caseiros.

Feira Cicero Guedes em 2020. Foto: Coletivo de Comunicação do MST no Rio de Janeiro

Assim, as cestas comercializadas na capital contarão com a produção das regiões do estado, que terá o Armazém do Campo como centro logístico para que também os coletivos de produção e comercialização destas regiões possam adquirir tanto as produções locais quanto os agroindustrializados e demais acessórios do movimento para que enriqueçam as cestas de suas Feiras regionais.

Outra importante atividade desta 13a Feira serão as ações de Solidariedade contando com parceiros e apoiadores para adquirirem cestas para doação em locais como comunidades e ocupações urbanas, o que se faz ainda mais importante na atual conjuntura de custo de vida caro, desemprego, pandemia e fome, pois sabemos que o povo só pode contar com o povo para se apoiar.

Histórico do MST RJ

Cicero Guedes, Dirigente histórico assassinado em 2013 Foto: Arquivo MST

Foram 25 anos de organização na luta pela terra no Rio de Janeiro, marcadas pela ocupação de terra na fazenda Capelinha em Conceição de Macabu, Norte Fluminense, em 1996. De lá pra cá foram muitas lutas e conquistas nas quatro regionais em que o Movimento se organiza, com 19 assentamentos e 2 acampamentos. O Acampamento Cícero Guedes, levando o nome do saudoso militante que tombou na luta, no mesmo local, em 2013, é o mais recente acampamento na Regional Norte. Conta com mais de 300 famílias organizadas, com ciranda para as crianças e produção para coletiva para a alimentação do povo acampado. A antiga fazenda Cambahyba, que além de explorar seus trabalhadores servia à ditadura empresarial-militar incinerando corpos de militantes de esquerda torturados e assassinados, hoje é território do povo Sem Terra organizado.

Primeira feira estadual realizada na ponte do viaduto na Av Chile. Foto:Arquivo

Nessa caminhada de 25 anos, o MST também segue lutando e acumulando em diversos temas fundamentais com os diversos coletivos e setores do movimento, mobilizando e pautando as questões de gênero, LGBTQI+, juventude, saúde e cuidado, educação, comunicação, produção e comercialização, entre outras.

Na produção e comercialização, além das conquistas dos coletivos regionais, segue a organização do Espaço de Comercialização Terra Crioula na capital e regiões, assim como a estruturação do Armazém do Campo na cidade do Rio de Janeiro. Com o lema “Produtos da Reforma Agrária, Cultivando Luta, Resistência e Produção”, foi elaboradas em 2010 a identidade social Terra Crioula para carregar a nossa produção do estado com os valores e princípios do MST e da Reforma Agrária Popular.

A produção estadual que se faz presente desde a primeira Feira Estadual na passarela em frente do EDISE, conquistada em 2012 e passa a ser realizada no Largo da Carioca nos anos seguintes. E em 2017 a conquista de um espaço de comercialização na Lapa que leva também o nome Terra Crioula, que se desdobra em espaços de feira e entrega de cesta da Reforma Agrária nas regiões do estado. E em 2019, o Armazém do Campo, juntamente com a produção do MST de outros estados do Brasil.

*Editado por Fernanda Alcântara