Luta Indígena

Mobilização Permanente: indígenas seguem em luta na capital federal e nos territórios

Cerca de mil lideranças seguem mobilizadas em Brasília até 2 de setembro. Decisão foi afirmada em plenária no acampamento “Luta Pela Vida”
A mobilização foi mantida para aguardar o início do julgamento sobre o “marco temporal” das demarcações de Terras Indígenas, pelo STF. Foto: Mateus Veloso/Mídia Ninja

Da Página do MST

Em plenária, os 6 mil indígenas presentes no acampamento “Luta Pela Vida”, decidem manter a mobilização, de forma permanente, em Brasília e nos territórios em todo país, até o julgamento do Marco Temporal. Em memória aos seus ancestrais e encantados, em defesa de seus corpos, terras e territórios, identidade e culturas diferentes, reafirmam a mobilização em defesa da vida.

Mobilizados na capital federal, desde o domingo 22 de agosto, um dos motivadores da decisão de manter a mobilização é o início do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a questão do “marco temporal” das demarcações de Terras Indígenas. A sessão foi suspensa por falta de tempo, na última quinta-feira, 26, após a leitura do relatório inicial do ministro Edson Fachin. O presidente da Corte, Luiz Fux, garantiu que o julgamento será retomado na próxima quarta-feira, dia 1 de setembro.

Em carta publicada neste sábado, 28, o Movimento Indígena reafirma, “confiamos que a Suprema Corte irá sacramentar o nosso direito originário à terra, que independe de uma data específica de comprovação da ocupação, conforme defendem os invasores”. Amparados na ancestralidade e “pelo poder dos nossos povos, da nossa espiritualidade e da força dos nossos encantados que prezam pelo Bem Viver, nosso e da humanidade, dizemos não ao Marco Temporal”, reforçam os indígenas.  

Movimento Indígena reafirma resistência em Brasília e nos territórios. Foto: Mateus Veloso/Mídia Ninja

Cerca de mil lideranças indígenas, representando seus povos, irão permanecer acampados em Brasília, em um novo local, na FUNARTE. Seguindo os protocolos sanitários de combate à Covid-19, o grupo permanecerá até o dia 2 de setembro e posteriormente vai somar forças com a Segunda Marcha das Mulheres Indígenas, que acontece entre os dias 7 e 11 de setembro.

“A nossa história não começou em 1988, e as nossas lutas são seculares, isto é, persistem desde que os portugueses e sucessivos invasores europeus aportaram nestas terras para se apossar dos nossos territórios e suas riquezas”, assegura o Movimento Indígena. Também, asseguram seguir “resistindo, reivindicando respeito pelo nosso modo de ver, ser, pensar, sentir e agir no mundo”.

*Editado por Solange Engelmann