Visibilidade Lésbica

Mulheres lésbicas Sem Terra cultivam a vida e a produção de alimentos saudáveis

As companheiras apresentam suas trajetórias de vida e lições camponesas na construção da Reforma Agrária Popular
Apresentamos as obras das nossas companheiras que lutam diariamente e ajudam a transformar a sociedade com amor revolucionário.
Foto: Coletivo LGBT Sem Terra

Por Coletivo LGBT Sem Terra
Da Página do MST

No mês da visibilidade lésbica trazemos presente algumas obras das nossas companheiras que lutam diariamente por igualdade, visibilidade e justiça social. A apresentação artística cultural transborda os valores humanistas e socialistas que queremos cultivar em nossa organização, ajudando assim a transformar a sociedade com amor revolucionário.

Sendo mulheres lésbicas Sem Terra, elas ocupam diversos espaços da organização em especial os setores de educação, formação e cultura e trazem nas suas trajetórias de vida as lições camponesas de cultivar a vida e produzir alimentos saudáveis, construindo a Reforma Agrária Popular.

Foto: Coletivo LGBT Sem Terra

A companheira Isabel do estado do Pará, nos conta um pouco da sua luta:

Ser lésbica em espaços onde antes vivíamos caladas ainda é um desafio. Embora “ainda seja de forma ingênua”, segundo quem fala, ouvimos comentários e piadinhas machistas, onde tentam disfarçar tal preconceito. Mas acima disso tudo, percebo que estamos mais fortes e conscientes de quem somos.

Foto: Coletivo LGBT Sem Terra

“O caminho não foi fácil e ainda não é, estamos, longe de romper velhos paradigmas. Mas nada é tão libertador quanto ser quem realmente somos. Já ouvir alguém dizer o quanto me admira por ser tão decidida e que gostaria de ter a mesma coragem.

Tudo é um processo, mas seguimos sendo quem somos, amando outra mulher com quem queremos compartilhar a vida e reafirmar que ser mulher lésbica é também ter posicionamento político, em qualquer espaço” , relata ela.

As imagens ilustram um pouco da diversidade de cada canto do nosso país, com os rostos de mulheres que sonham com um mundo mais justo e igualitário. Mulheres essas que fazem o dia a dia do nosso lindo MST, no dia de hoje gritamos… Viva as mulheres lésbicas do MST, Viva a diversidade e viva o amor!

Foto: Coletivo LGBT Sem Terra

Necessitamos esculpir os dois tempos:

Presente e Futuro!
Compartilhamos da arriscada coragem de seguir trabalhando no despertar da indignação consciente das multidões.
Beijar o riso que declama a poesia vale a pena,
Segurar as mãos que compõe a melodia vale a pena!
Seguiremos marchando insistentemente… Eis a nossa inspiração!!!
Coletivizam risos, sonhos, projetos, canções.
São como o sol, capazes de apontar para a imprescindível necessidade de reinventar a vida, o direito ao amor, a amar…

As companheiras sapatônicas Sem Terra produzem arte e poesia, afirmando a diversidade cultural e de amor em nossos territórios… “E a nossa luta vai além do amar outra mulher, ela vai em direção aos nossos sonhos sociais!”

Gosto gozo e fervor

Foto: Coletivo LGBT Sem Terra

Por Divina Lopes

Ainda que pese ser diferente o mundo é feito de iguais, de normais ou de coisas naturais.
Eu particularmente prefiro os intransigentes, insubmissos, os que enlouquecem e rompem velhas estruturas.

Gosto dos que amam desinteressadamente, extrapolam o apego econômico ou sexual e não se prendem a velha moralidade conservadora e as frágeis convenções.

Aprendo com quem rega a ousadia e encoraja o nascimento de novas rebeldias.

Misturo-me aos que motivam o povo e a fazer rupturas: romper com a negação de não saber ler e escrever, de não ter casa, não ter liberdade ou lazer. Acredito em quem organiza e conscientiza a classe e milita com gosto, gozo e fervor.

Identifico-me, com os que abominam a burocracia e cavoucam as legitimas vias ilegais. Com os que sorriem com arte e são capazes de acariciar humanamente, as pessoas e a natureza.

Admiro os que amam dançar, que se deixam beijar, os que não se envergonham com desafinar. Os que não se limitam em dar-se com prazer os martírios e delicias da luta por uma pátria libertária!

Amor em tuas cores

Por Cassia Paulina Pereira Vieira

Meu amor que palpita em vermelho;
Florescendo na primavera amarela;
Desliza em nossos campos verdes
E lembra que o teu amor é da tua cor.

Foto: Coletivo LGBT Sem Terra

Agora, o nosso amor
Nada por riachos azuis, que por vezes se torna vermelho do sangue da luta.
Nosso amor que se junta ao lilás daquele amor vizinho;
Passando pelos caminhos que unem todas as cores.

O amor da tua cor,
Que ressalta tua beleza,
Nosso amor, em nossas cores,
Que com sua delicadeza derruba canhão,
E faz nascer do chão a esperança de um amor em tua cor.

Alimento a esperança de que um dia,
Eu me vista de ousadia, como quem veste vermelho para
regar as utopias.
E te revele abertamente, num ato de liberdade.
Que o meu maior desejo é ter-te, e a ti me entregar.

Foto: Coletivo LGBT Sem Terra

*Editado por Solange Engelmann