Perfil

Jovem, Negro e Sem Terra: conheça a história do futuro estudante de biomedicina aprovado pelo Prouni

Perfil de jovem Sem Terra mostra perseverança, dedicação e resistência na Bahia
Foto: Arquivo pessoal/Acervo

Por Coletivo de Comunicação do MST/BA
Da Página do MST

Nascido no município de Porto Seguro, no Extremo Sul da Bahia, o jovem Gustavo dos Santos Costa é filho mais velho de Maria Dajuda Nascimento e Márcio Onório de Aguiar, e irmão de Luanna Santos Aguiar. Gu (como é chamado pelos amigos e amigas) sempre conviveu na área de assentamento, estudando na escola do acampamento/assentamento Luís Inácio Lula da Silva, Zona Rural de Santa Cruz Cabrália.

Sempre envolvido com as atividades do Movimento, em 2017 Costa realizou o curso TI na Escola Nacional Florestan Fernandes, em São Paulo, assumindo a Frente de Designer Gráfico do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia. “Foi na minha luta diária dentro do Movimento que aprendi de perto a lutar, resistir, e ter comprometimento político e social”, comenta. Aprendeu a ler e a escrever com as educadoras do assentamento, e sempre estudou em escola pública do campo.

Aos 18 anos, Gustavo tem duas irmãs, sendo uma em memória; é filho de um pai bastante rigoroso e de uma mãe dedicada e zelosa. O estudante inicia o semestre agora em setembro na Unesulbahia, através de uma Política Social que dá oportunidades para que jovens, assim como Gustavo, possam ter a chance de estudar numa universidade, o curso que sempre sonhou.

O jovem é uma referência para Juventude Sem Terra do país.”Me sinto vitorioso, em saber que consegui, quando vemos a situação a qual todos se encontram, cada conquista, mesmo que pequena, se torna uma imensa vitória não só individual, mas coletiva. Por isso, devemos ocupar todos os espaços, abraçar as oportunidades e mudar o que está colocado para nós”, conclui Costa.

Ele revela que atualmente um dos desafios que está posto para todo o país é a defesa da educação, principalmente das Escolas do Campo, devido aos retrocessos e às investidas do Governo Federal tem sucateado ainda mais a Educação do Campo, principalmente neste momento de pandemia do Covid-19 e de criminalização dos movimentos sociais do campo. “Os desafios acontecem ao longo da caminhada, mas estamos preparados, somos frutos de um Movimento carregado de luta e resistência. Estamos prontos para defender a classe trabalhadora deste país, por mais justiça e igualdade”, finaliza Costa.

*Editado por Fernanda Alcântara