Violência no Campo

Wagner Moura denuncia ataques milicianos de bolsonaristas contra o MST na Bahia

Às vésperas da sessão do Marighella em assentamento no extremo sul baiano, que contará com a presença do diretor, Wagner denuncia ataques de milicianos aos Sem Terra
Ator se pronunciou sobre ataques. Foto: Divulgação

Por Lays Furtado
Da Página do MST

Em ataque no último domingo (31), cerca de 20 homens encapuzados e fortemente armados invadiram um dos assentamentos localizados no mesmo município onde será feita a exibição do filme Marighella, no próximo dia 6 de novembro.

O último atentado ocorreu na madrugada desta terça-feira (2), com uma contínua ronda de motos e tiros disparados por milicianos dentro do assentamento Fábio Henrique, em Prado, Bahia.

As famílias que tiveram suas casas invadidas neste domingo, onde duas adolescentes foram feitas de refém, denunciam que continuam sendo ameaçadas de morte.

Em vistas dos constantes ataques que vêm sendo vivenciados pelas famílias Sem Terra na região, a advogada Ariane Araújo, que acompanha o caso, informou que o mesmo se trata de um ataque terrorista direto e coordenado.

“O relato das vítimas demonstra que existe uma articulação na região para invadir os acampamentos e assentamentos do MST”, relata Ariane.

Após o segundo atentado consecutivo no assentamento, uma unidade especializada da Polícia Militar reforçou o policiamento na área, por determinação da Secretaria de Segurança Pública.

“Esta é uma época em que a gente não pode recuar!”

Prestando solidariedade, na noite desta segunda-feira (1), o ator e diretor baiano Wagner Moura denunciou, ao vivo, durante entrevista ao programa Roda Viva, o ataque de milicianos bolsonaristas contra as famílias Sem Terra do Prado, no Extremo Sul da Bahia.

“Quando eu digo que nós seguimos sendo atacados, os ataques são graves. Nós vamos exibir o filme na cidade do Prado, no acampamento do MST. E ontem mesmo, 20 homens encapuzados chegaram no acampamento, atiraram nos carros, fizeram gente do MST de refém lá, e eu não posso descontextualizar esse ataque nesse lugar à exibição do filme da gente lá”, declarou Moura durante a entrevista.

A partir da denúncia pública, Wagner fez um apelo pedindo providências e segurança para garantir a integridade das famílias ameaçadas, citando o governo do Estado da Bahia e órgãos competentes.

Wagner Moura não dissocia o atentado ao evento que ocorrerá na mesma região onde ocorreu o ataque miliciano, mas diz não ter medo, como o próprio Marighella nos inspirou. O diretor é um dos confirmados para a exibição do filme Marighella, que ocorrerá no próximo sábado (6), no Assentamento Jacy Rocha, no Prado, Bahia.

A partir dessa conjuntura, Wagner ainda comentou que a obra intitulada Marighella: “é um filme sobre não ter medo” e que “esta é uma época em que a gente não pode recuar!”, afirmou ainda durante a entrevista.

A entrevista completa está disponível no Youtube do Programa, exibido pela TV Cultura.

*Editado por Fernanda Alcântara