Denúncia

No dia de luta contra à violência e a impunidade no campo, MST realizará vigília e ato político em Atalaia (AL)

Data marca o assassinado do líder Sem Terra Jaelson Melquíades, assassinado há 16 anos em uma emboscada, em 29 de novembro de 2005; ações ocorrem nos próximos dias 28 e 29 de novembro
Ações relembram data de assassinado do líder Sem Terra Jaelson Melquíades e a violência e impunidade em Alagoas. Foto: Gustavo Marinho

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

Trabalhadores e trabalhadoras rurais de todo o estado de Alagoas organizam mais uma ação no Dia Estadual de Luta Contra a Violência e a Impunidade no Campo e na Cidade, a data marca o assassinado do líder Sem Terra Jaelson Melquíades, e será relembrada com uma vigília e ato político na cidade de Atalaia, na Zona da Mata de Alagoas, nos próximos dias 28 e 29 de novembro.

Assassinado há 16 anos, em 29 de novembro de 2005, Jaelson Melquíades, liderança do MST na região, foi morto em uma emboscada planejada pelas elites da região e, até hoje, a data é lembrada com a luta dos camponeses e camponesas, que exigem justiça e denunciam a violência e a impunidade no campo.

Segundo Débora Nunes, da Direção Nacional do MST, o ato deve reunir centenas de trabalhadores e trabalhadoras rurais de todas as regiões do estado. “Iremos realizar uma grande vigília em memória de Jaelson e de tantos homens e mulheres que morreram na luta pela terra e que seguem com seus casos na impunidade”, explicou Nunes.

De acordo com a dirigente, a vigília acontece a partir do próximo domingo (28) e segue com um ato contra a violência e em defesa da Reforma Agrária Popular, no dia 29.

“Queremos poder dialogar com a sociedade sobre os inúmeros casos de assassinato, ameaças e violência que seguem sendo rotineiros aos que lutam pela terra em Alagoas e no país. Jaelson não é um caso isolado, precisamos manter acesa nossa disposição de lutar, exigir justiça e continuar apontando que contra a violência, nós queremos terra para trabalhar e produzir alimentos saudáveis”, sinalizou.

A programação reúne ainda lideranças sindicais, representações religiosas e outras organizações populares do campo e da cidade.

Para Débora Nunes, manter viva a luta no dia 29 de novembro é também um importante recado aos que pretendiam acabar com a luta pela terra em Atalaia e na região. “A intenção não era somente de matar o Jaelson, mas sim de colocar um ponto final na luta pela Reforma Agrária nessa região. Sem dúvida, seu assassinato, impulsionou ainda com mais força a luta dos trabalhadores e trabalhadoras, entendendo que Jaelson foi morto em nome de uma causa e cabe a nós seguir fazendo aquilo que ele foi impedido de fazer”.

Entenda o caso

O dirigente do MST em Atalaia, Jaelson foi assassinado em uma emboscada armada, surpreendido por pistoleiros quando se deslocava de uma atividade, onde foi morto a tiros.

Desde seu assassinato, o caso ficou impune, quando somente em 2016, após muita cobrança e pressão dos movimentos de luta pela terra, um suposto executor do crime foi preso.

Desde então, a data de sua morte é dia de luta pelo MST e pelos movimentos camponeses em Alagoas, pautando o fim da violência e denunciando a impunidade.

*Editado por Solange Engelmann