Alerta!

Após enchentes, situação segue crítica no extremo sul da Bahia

Consequências das enchentes no extremo sul da Bahia: 51 municípios em estado emergência, pelo menos 267 pessoas feridas e mais de 21 mil pessoas sem casa
Foto: Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Os municípios baianos ainda estão sofrendo as consequências deixadas pelas chuvas, que na última semana, ocasionaram enchentes deixando 51 municípios em estado emergência, pelo menos 267 pessoas ficaram feridas e mais de 21 mil pessoas tiveram de deixar suas casas. Ao todo onze pessoas morreram em decorrência de danos provocados pelas chuvas. As enchentes no sul baiano e no norte de Minas Gerais foram provocadas por um ciclone extratropical formado na costa sul do país, e o volume de chuvas chegou a 450 mm no extremo sul da Bahia na última terça-feira (08).

“O sol apareceu, a água está baixando e a lama ficou. E agora, o que fazer? A ficha está caindo aos poucos, não tenho pra onde ir, não tenho uma cama para dormir, uma mesa para tomar café, nem mantimentos para preparar o almoço. O que fazer? Estou na casa de pessoas desconhecidas buscando forças para levantar e sobreviver”. Relata Maria Martins, 51 anos, moradora do bairro Beira Rio.

No início desta semana o sol apareceu e algumas famílias iniciaram o processo de retorno para casa. Dentro deste contexto, é angustiante o quadro em que se encontram as cidades e as famílias atingidas pelas chuvas. Cidades estão cheias de entulhos que se amontoam nas ruas e em frente às casas do município. As famílias estão desde segunda-feira (13) limpando, e a própria população está retirando a lama das casas e tem tido as ruas como destino dos entulhos, o que pode agravar o risco de doenças.

Entre os municípios em alertas está a cidade de Itamaraju, e é urgente que a prefeitura tome medidas cabíveis na tentativa de evitar um surto epidêmico que se alastra na região, e que ao final da tragédia, das enchentes, se propague doenças como leptospirose, a chikungunya e outras enfermidades. 

Ações de solidariedade às famílias vítimas das enchentes

Foto: Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra tem como princípio organizativo a solidariedade, e desde da última quarta-feira (08) as famílias de assentamentos e acampamentos do MST vem se organizando e dando suporte às famílias afetadas pela enchentes, com doação de roupas, cesta básicas e de marmitex através da cozinha solidária, a limpeza das casas. Além disso, está sendo montado um espaço para atendimento médico e de saúde, com agentes populares e médicos voluntários do MST, que estão chegando na região para se somar nos atendimentos  às famílias.

Dona Antônia, de 70 anos, do bairro Várzea Alegre, relata a situação que está passando após as enchentes. “Eu agradeço a Deus por estar viva e minha casa não ter sido destruída, mas perdi tudo com a enchente, inclusive minha receita médica e os medicamentos de controle da hipertensão. Não tenho condições de comprar e nem tenho receita para pegar no posto de saúde”.

A brigada de médicos populares do MST tem o objetivo de atender os casos mais urgentes que as famílias estão vivenciando, principalmente com as infecções e doenças de pele e respiratória, além dos casos de dengue, malária e chikungunya. É necessário uma ação rápida e urgente, inclusive porque o país vem passando por uma crise econômica, ambiental, social e sanitária.

*Editado por Fernanda Alcântara