Alagamentos

Enchentes atingem acampamentos e assentamentos do MST em MG

Segundo o Climatempo, só a capital mineira e a região metropolitana receberam nos últimos dias o maior volume de chuvas dos últimos 30 anos
Quatro regiões onde o MST está organizado foram atingidas pelas enchentes. Ruas estão alagadas no acampamento Pátria Livre, em São Joaquim de Bicas. Foto: Anna Romano

Por Setor de Comunicação MST-MG
Da Página do MST

Desde a última semana, o aumento das fortes chuvas no estado de Minas Gerais tem impactado diretamente a vida de diversas famílias, tanto nas áreas urbanas, quanto nas áreas rurais. As ocorrências vão desde deslizamentos, infiltrações, alagamentos e inundações até interdição de rodovias estaduais e federais, contam com diversos pontos de interdição parcial/total.

O período chuvoso já causou 14 mortes no estado. Mais de 120 municípios estão em estado de emergência e pelo menos dez cidades da região metropolitana de Belo Horizonte, capital do estado sofrem com enchentes desde o último domingo (09). Ao todo, 13.723 pessoas ficaram desalojadas e 3.374 desabrigadas até o momento.

Quatro das nove regiões onde o MST em MG está organizado no estado, foram atingidas com enchentes e inundações provocadas pelas fortes chuvas, quedas de pontes, devastação das lavouras e outras duas se encontram sobre alerta.

Uma das mais afetadas é a região metropolitana de Belo Horizonte, que em 8 dias, já teve mais da metade das chuvas esperadas para janeiro e as águas do Rio Paraopeba inundaram o acampamento Pátria Livre, localizado em São Joaquim de Bicas, atingindo a Escola Elizabeth Teixeira, a biblioteca, a secretaria, o mercadinho local, para além das casas das famílias Sem Terra. Na mesma região, as famílias do assentamento 2 de Julho, no município de Betim, foram desalojadas e tiveram seus lotes com as lavouras atingidos pelo alto volume de água.

Alagamentos também em outras regiões do estado

No norte do estado, o assentamento Terra Prometida II, no município Pedras de Maria da cruz, entre as 300 famílias residentes no local, 79 delas são vazanteiras e vivem às margens do Rio São Francisco. Habituados com as enchentes, o povo Sem Terra ribeirinho já retirou o gado e algumas coisas das casas antes das vazantes inundarem. Nesse cenário, as estradas também foram afetadas, isolando um acampamento em Gameleira e o acampamento Quilombo São João, em Berizal.

Na região do Alto Paranaíba, o acampamento Quilombo Dandara, no município de Tiros, segue ilhado e sem acesso à cidade devido às quedas das pontes que ligam as estradas. As famílias perderam as plantações por causa do excesso das chuvas. Desde a semana passada, no final do ano de 2021 o Vale do Jequitinhonha foi fortemente atingido pela chuva que afetou os assentamentos Terra Prometida e 16 de Abril provocando alagamentos, quedas de pontes, deixando as famílias com a perda total das suas lavouras de feijão e mandioca.

As tragédias causadas pelas chuvas estão historicamente ligadas com a desenfreada exploração mineradora no estado, sempre colocando o lucro de poucos acima da vida de muitos, com a conivência do Estado. O MST se solidariza às milhares de pessoas vítimas ou em situação de risco devido às enchentes que acontecem neste momento em Minas Gerais.

*Editado por Solange Engelmann