Aniversário
Assentamento Cruiri celebra 33 anos de conquista da terra no Sergipe
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Por Edjane Oliveira
Da Página do MST
Os 33 anos de conquista da terra no Assentamento Cruiri, no município de Pacatuba, no Sergipe foi celebrado em um ato cultural e religioso, realizado no último domingo, (6).
O ato de comemoração teve participação dos assentados, amigos do MST, atividades culturais, alimentação típica e celebração religiosa, realizada pelo padre Isaías, pela Diocese de Propriá, o pároco Maurício, e a Irmã Francisca, religiosa lutadora histórica da luta pela terra em toda região da Diocese, em especial do Baixo São Francisco.
O deputado federal, João Daniel também participou do evento destacou a importância do momento. “Estive presente a comemoração e fico muito feliz porque participei de toda essa luta histórica, formação e organização e pude hoje presenciar a juventude e todo assentamento com muito orgulho da sua história”, disse. Ele destacou ainda, que nesse período de 33 anos nenhuma família abandonou o assentamento. “Aqui não há uma irregularidade, sendo um exemplo de permanência, produção e solidariedade”, destacou.
Resistência
Para o assentado Cosme dos Santos, chegar ao 33 anos do assentamento representa muita luta que levou a essa conquista. Aos 79 anos, seu Miguel Marinho, fundador do Cruiri, também celebrou com muita alegria os 33 anos do assentamento. Ele lembrou que essa luta foi começada pela igreja e segue com o MST. “Foi assim que conquistamos e até hoje estamos aqui vivendo e produzindo”, contou.
O militante do MST e presidente municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) em Pacatuba, Petrônio Silva, afirmou todos esses anos do assentamento representam muita luta, resistência e organização. “O Cruiri é um exemplo de luta em Sergipe pela sua resistência, pelo movimento que tem sua liderança e mantém viva sua cultura. Hoje celebramos os 33 anos de luta mostrando às crianças e a juventude que o movimento é forte e organizado”, ressaltou.
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Cultura ancestral
Os 33 anos do Assentamento Cruiri também foram marcados por muita manifestação cultural, como o Batuque. A fundadora Marilze Neri relembrou como tudo começou. “O batuque é uma cultura que veio dos nossos antepassados. Quando chegamos aqui, vivíamos isolados, porque foi uma luta difícil, a gente era mal-vista pelas pessoas. Então, para nos divertir despertou essa manifestação cultural que estava adormecida, resgatamos e passamos a brincar”, relatou.
Ela conta que os homens tocavam em latas e baldes e as mulheres dançavam, independente de idade, e a brincadeira se estendia por horas, muitas vezes noite a fora, cantando, dançando e se divertindo. “Com o passar do tempo, quando a gente alcançou essa vitória e veio a posse da terra, a gente foi esquecendo um pouco dessa cultura”, disse.
Marlize acrescenta que recentemente, com o apoio da gestão municipal a manifestação cultural vem sendo fortalecida com a formação do Grupo de Mães e de Idosos. “Hoje estamos aqui, alimentando a nossa cultura muito linda que vem de nossos antepassados. Eu só tenho a comemorar esses 33 anos de bênçãos, porque não tinha terra nem casa e nesse tempo. São anos de alegria e produção. Agora vamos lutar para um projeto para as mulheres aqui do assentamento”, contou Marilze, já pensando no planejando dos próximos anos de luta que virão.
*Editado por Solange Engelmann