História

Relembre 4 marchas históricas do MST

Na celebração de 25 anos da Marcha Nacional por Emprego, Justiça e Reforma Agrária do MST, confira a importância desse instrumento de luta
Marcha Nacional por Emprego, Justiça e Reforma Agrária. Foto: Arquivo MST

Da Página do MST

Nesta quinta-feira (17), o MST celebra 25 anos de um dos momentos em que as famílias Sem Terra do Brasil deram a largada a um importante e massivo instrumento de luta e visibilidade sobre a luta pela terra no Brasil, a Marcha Nacional por Emprego, Justiça e Reforma Agrária.

Essa marcha representa um marco histórico na luta do MST, devido à toda solidariedade e apoio que recebeu da população brasileira em relação à Reforma Agrária e seu papel central em pautar o problema da concentração da terra no Brasil.

Para relembrar a data, confira algumas marchas histórica do MST:

1997 – Marcha Nacional por Emprego, Justiça e Reforma Agrária

Com a intenção de cobrar punição aos responsáveis pelo Massacre de Eldorado dos Carajás, chamar atenção para a urgência da Reforma Agrária e celebrar o Dia Internacional de Luta Camponesa, um ano após o Massacre de Eldorado dos Carajás a Marcha chegava em Brasília a Marcha Nacional por Emprego, Justiça e Reforma Agrária, reunindo cerca de 100 mil pessoas, que foram até a capital federal receber os marchantes Sem Terra.

Uma das primeiras marchas do MST, se tornou um marco histórico na luta pela Reforma Agrária no país, chamando atenção da sociedade e dos governos para o problema dos Sem Terra e do latifúndio.

No dia 17 de fevereiro de 1997, cerca de 1.300 marchantes do MST partiram de três pontos diferentes do país e caminharam por mais de mil quilômetros, durante dois meses, atravessando vários municípios brasileiros, e chegando em Brasília no 17 de abril de 1997, demonstrando a resistência dos marchantes e a importância da pauta da Reforma Agrária.

Saiba mais sobre esta marcha histórica AQUI

Marcha foi uma resposta ao neoliberalismo de FHC. Foto: Douglas Mansur

Em defesa do Brasil, por terra, trabalho e democracia, a Marcha Popular pelo Brasil integrou a Jornada Nacional de Lutas do MST daquele ano, com mobilizações pelo Brasil que denunciavam as medidas do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC) contra a Reforma Agrária e o avanço do neoliberalismo, com privatizações e a destruição de direitos sociais.

A mobilização teve início em 26 de julho de 1999, em frente à sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, com cerca de mil trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra que caminharam até Brasília, percorrendo mais de 1.600 quilômetros, cruzando os estados do RJ, Minas Gerais e Goiás, até a chegada na capital do país, no dia 7 de outubro do mesmo ano. Durante os 72 dias de marcha, por onde passaram, os marchantes de vários movimentos populares do campo também debateram com a população a construção de um projeto popular para o Brasil.

A marcha foi coordenada pelo MST, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central de Movimentos Populares (CMP), a Consulta Popular, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento da Mulher Trabalhadora Rural (MMTR) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

2005 – Marcha Nacional pela Reforma Agrária

Marcha Nacional pela Reforma Agrária. Foto: Divulgação

Contando com a organização e o funcionamento de uma cidade ambulante, que acompanhou os marchantes durante todo o percurso de 15 dias, entre os dias 2 a 17 de maio de 2005, após sair de saída de Goiânia (GO) e caminhar por mais de 230 quilômetros, os 12 mil trabalhadores e trabalhadoras participaram da Marcha Nacional pela Reforma Agrária encerraram a mobilização com protestos e um ato público na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF).

Realizada durante o Governo Lula, a marcha do MST cobrou do governo federal o cumprimento das metas do Plano Nacional de Reforma Agrária, sobre o assentamento de mais de 430 mil famílias Sem Terra no país, estruturação dos assentamentos, políticas de crédito para Reforma Agrária, além de mudanças na política econômica.

A marcha também teve papel fundamental em inserir novamente a Reforma Agrária na pauta política da sociedade e dos governos.

2018 – Marcha Nacional Lula Livre

Marcha Nacional Lula Livre chega em Brasília. Foto: Leonardo Milano 

Em defesa da liberdade do ex-presidente Lula e seu direito de concorrer às eleições presidências de 2018, além de alertar a população para as graves crises econômica e política enfrentadas no Brasil, após o golpe contra a democracia em 2016, entre os dias 10 a 15 de agosto de 2018 foi realizada a Marcha Nacional Lula Livre.

Os marchantes defenderam ainda a retomada da democracia e no dia 15 de agosto e se somaram ao ato público no Tribunal Superior Eleitoras (TSE) em Brasília (DF), em defesa do registro da candidatura de Lula, que se encontrava como preso político em Curitiba (PR).

A marcha reuniu cerca de 5 mil camponeses e camponesas de todas as regiões do Brasil, organizada pelo MST e pela Via Campesina. Os marchantes se dividiram em três colunas, que partiram das cidades de Formosa (GO) – a coluna Ligas Camponesas; de Luziânia (GO) – coluna Prestes e de Engenho das Lages (DF) – com a coluna Tereza de Benguela. Após percorrer a pé cerca de 50 quilômetros, durante quatro dias, os marchantes das três colunas se encontraram em na capital federal.

Ato em defesa do registro da candidatura de Lula, em Brasília, 15/08/2018 .Foto: Ricardo Stuckert

*Editado por Fernanda Alcântara