Nota

MST repudia a privatização da EMBRAPA

Movimento denuncia que a privatização da principal empresa de pesquisa e desenvolvimento da agropecuária no Brasil causará prejuízos irreversíveis à soberania alimentar
Foto: Acervo MST

Da Página do MST

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST repudia o processo de privatização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que está em curso na atual gestão do governo e faz parte de um desmonte do patrimônio público do povo brasileiro.

A Embrapa existe desde 1973, com relevante desempenho na pesquisa científica e desenvolvimento de tecnologias vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil. E, apesar de todas as pressões do agronegócio para que essa empresa pública atenda aos interesses do capital, são muitos/as os/as profissionais e pesquisadores/as, que a partir da Embrapa, tem uma atuação dedicada às necessidades da sociedade brasileira à serviço da ciência e soberania nacional.

A sociedade brasileira não pode aceitar que o atual presidente da empresa, Celso Moretti, que assumiu o cargo de forma nada democrática, transforme a Embrapa em um balcão de negócios à serviço do agronegócio e das corporações transnacionais que só visam seus lucros, em detrimento da destruição ambiental e do avanço da insegurança alimentar que atinge mais da metade de brasileiros e brasileiras.

Defendemos que a pesquisa pública em agricultura esteja acima dos interesses privados, sendo ferramenta fundamental para enfrentarmos os problemas estruturais que temos no Brasil, para garantir o direito à alimentação saudável para toda população, assumindo o  compromisso com a soberania alimentar por meio do fortalecimento da agricultura familiar e camponesa.

O monopólio das corporações sobre a vida deve ser rechaçado. Somente com relação às sementes, temos apenas 4 empresas que controlam 67% da produção mundial, destruindo a diversidade cultivada por meio do manejo das sementes crioulas. Por isso, denunciamos que privatizações e monopólios ameaçam a soberania alimentar do país, em detrimento dos interesses de multinacionais.

O MST defende a Reforma Agrária Popular, a produção de alimentos saudáveis, a agroecologia e o direito soberano dos povos do campo, das águas e das florestas sobre suas terras, territórios, modos de vida e saberes acumulados. Nesse sentido, defendemos nossa diversidade produtiva, na qual a pesquisa pública é fundamental.

Queremos também expressar toda nossa solidariedade ao Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário – SINPAF que tem feito a defesa intransigente da missão pública da Embrapa, e denunciado esse pacote de privatização da atual gestão, que certamente vai culminar em desemprego e precarização aos seus trabalhadores e trabalhadoras. 

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST

18 de fevereiro de 2022