Jornada das Mulheres

Encontro de Mulheres do Campo e da Cidade reafirma lutas e desafios no interior de SP

Encontro inicia o calendário de lutas da Jornada das Mulheres Sem Terra na região, que seguirá com outras atividades ao longo do mês de março
Atividade foi articulada por mulheres de diversos movimentos populares, sindicais e coletivos feministas da região. Foto: Coletivo de Comunicação MST Pontal do Paranapanema

Por Coletivo de Comunicação do MST Pontal do Paranapanema
Da Página do MST

Neste sábado (05), cerca de 100 mulheres do campo e da cidade estiverem reunidas na Escola Estadual Santa Clara, no Assentamento Che Guevara, município de Mirante do Paranapanema, interior de São Paulo, para participar do Encontro Regional das Mulheres do Campo e Cidade.

Com o lema “Terra, Trabalho, Direito de existir: Mulheres em luta não vão sucumbir”, o encontro foi articulado por mulheres vinculadas a diversos movimentos populares, sindicais e coletivos feministas da região. As camponesas do MST participaram desde a organização da atividade, bem como na presença garantida das mulheres assentadas e acampadas do Pontal do Paranapanema no dia Encontro.

Foto: Coletivo de Comunicação MST Pontal do Paranapanema
As mulheres se dividiram em Grupos de Trabalho para debater temas específicos da pauta de luta das mulheres. Foto: Coletivo de Comunicação MST Pontal do Paranapanema

Para Mariane Palhares, do Coletivo Cultural Galpão da Lua, o evento foi importante por diversas questões: “Primeiro porque ele reúne mulheres do campo e da cidade, que apesar de atuarem e lutarem em territórios distintos, somos mulheres e nos encontramos em pautas comuns. Também é importante pelo momento histórico da pandemia, que há dois anos nos impede de muitas atividades e hoje com a luta popular pela vacina conseguimos reunir as mulheres para iniciar os trabalhos do mês de lutas das mulheres. E por mim, muito importante pela mística do lugar onde estamos, que é um assentamento fruto da luta pela terra de teve participação ativa das mulheres do campo”.

O evento iniciou com uma mística, logo na sequência foi realizada a abertura com participação de mulheres representando o MST, o Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras no Serviço Pública de Presidente Prudente e Região (Sintrapp), Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Presidente Prudente e do Coletivo Cultural Galpão da Lua. No período da tarde as mulheres se dividiram em Grupos de Trabalho, em que foram debatidos temas específicos da pauta de luta das mulheres, como privatização e políticas públicas, violência contra as mulheres e saúde das mulheres na pandemia.

Luciana Telles, presidenta do Sintrapp ressaltou que, o encontro de mulheres é muito importante para o fortalecimento das mulheres, “principalmente nesse momento em que nós vivenciamos esse desgoverno de retrocessos e ataques às políticas públicas e aos direitos de todos e todas, mas principalmente das mulheres. Então aqui nós estamos reunidas e reavivar a luta das mulheres e organizar a resistência delas nesse momento importante que é o ano de eleições em que a gente pode mudar esse cenário”.

Foto: Coletivo de Comunicação MST Pontal do Paranapanema
O mês de março deverá ser marcado por muita luta, além de comemorações. Foto: Coletivo de Comunicação MST Pontal do Paranapanema

Nós estamos em um período muito marcado pela perda de direitos, o que afeta diretamente a vida de todas nós mulheres. E esse mês de março deverá ser marcado por muita luta, além de comemorações, que reavivem a memória das companheiras Sem Terra e dos movimentos urbanos.

Para o MST, essa atividade é um importante momento onde se abre o calendário de lutas sociais no campo e compõem o conjunto das atividades da Jornada de Lutas das Mulheres Sem Terra, cujo lema está presente no Encontro Regional das Mulheres no Pontal. A Jornada seguirá com outras atividades protagonizadas pelas mulheres ao longo do mês com o tema de gênero, luta pela terra e contra os agrotóxicos.

Fernanda Matheus, militante do MST em São Paulo, comenta que momentos como esse são fundamentais para lembrar que ainda existe muita invisibilidade sobre as violências contra às mulheres. “E que é importante lembrar como os cortes nas políticas públicas afetam as mulheres do campo, como a falta do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e, junto com isso, o papel do Estado na liberação de agrotóxicos e no fortalecimento do agronegócio”. Fernanda lembra ainda, que as mulheres estão mobilizadas e criando estratégias para denunciar as diversas formas de violências e opressões, que é o papel que tem cumprido a Rede de Combate à Violência Doméstica do MST em São Paulo.

Para o MST, a Jornada das Mulheres Sem Terra também é um importante momento que abre o calendário de lutas sociais no campo. Foto: Coletivo de Comunicação MST Pontal do Paranapanema

No Pontal do Paranapanema, o calendário de lutas das mulheres segue com a seguinte programação:

05/03: Encontro regional das mulheres do campo e da cidade, no Assentamento Santa Clara, Mirante do Paranapanema;

08/03: Ato em conjunto, com a greve das servidoras municipais de Presidente Prudente, em frente à Prefeitura Municipal de Presidente Prudente;

13/03: Plantio de árvores em memória à Neusa Paviatto, no Bosque Dom Pedro Casaldáliga, em Sandovalina;

19/03: Tenda solidária Marielle Franco, na Praça Nove de Julho, em Presidente Prudente;

28 e 31/03: Atividade de formação para lideranças “Mulheres que acolhem Mulheres, na ocupação cultural Galpão da Lua, em Presidente Prudente.

*Editado por Solange Engelmann