Solidariedade
MST doa alimentos no encerramento da Feira da Reforma Agrária em SC
Por Comunicação da Feira Estadual da Reforma Agrária/SC
Da Página do MST
Entre os dias 17 e 19 de março aconteceu a I Feira Estadual da Reforma Agrária, na Escola Sindical Sul da CUT, em Florianópolis, Santa Catarina, com a visita de mais de 4 mil pessoas. A feira contou com alimentos diversificados e saudáveis de todas as regiões do estado e com representações do Paraná e Rio Grande do Sul.
Também se somaram na construção da feira o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Federação dos trabalhadores e trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf-SC), a Feira do Canto da Ilha, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Escola de Turismo e Hotelaria Canto da Ilha/CUT.
O ato de encerramento da feira foi de solidariedade de classe, com a doação de 2 mil quilos de alimentos dos camponeses aos trabalhadores urbanos.
A feira também foi recheada de cultura, de artesanatos, de música, teatro, contação de histórias, fotografias e intervenções culturais. Juliana Adriano, da direção do MST, avalia que “a Feira foi uma grande Festa da Cultura Popular e celebrou, por meio da Resistência Ativa, nossa luta! É assim! Ninguém segura o povo organizado, e a cada passo que damos nosso coração se sente ainda mais seguro de que estamos no caminho certo: unindo campo e cidade, semeando solidariedade, plantando árvores, é a Reforma Agrária Popular em movimento”.
Álvaro Santin, presidente da Cooperativa Central da Reforma Agrária de Santa Catarina (CCA), entidade promotora da Feira, afirmou que a feira foi um sucesso e cumpriu com o seu objetivo de avançar no diálogo entre campo e cidade por meio da comercialização, das atividades artísticas e de formação. “Pudemos pautar o direito à alimentação saudável a toda população e apontar que a agroecologia é o caminho que escolhemos para transformar nosso modo de viver no campo. Quer dizer, que não faz sentido a exploração dos seres humanos por outros seres humanos, nem a exploração da natureza sobre a natureza. É preciso respeitar a vida”.
O debate aconteceu também em rodas de conversa e lançamento de livros, e foi viabilizado por meio de parcerias com a UFSC. A professora Marília Gaia da UFSC, afirmou que “a formação visou apoiar os processos de comercialização dos produtos oriundos dos assentamentos, sendo pautados temas sobre o processamento de alimentos, o impacto dos agrotóxicos e do “Pacote do Veneno”. Discutindo as feiras como instrumento de resistência, direito à alimentação saudável, entre outros, e buscando promover o potencial de produção agroecológica como agregador de valor na produção de alimentos e, consequente, na melhoria na qualidade de vida para famílias agricultoras e o público consumidor”.
No ato de encerramento a doação de dois mil quilos de alimentos foi feita para cerca de 100 famílias que integram a Associação dos Moradores da Ponta Norte. Maria do Carmo da Silva, em nome da associação, reforçou a gratidão pela solidariedade. “Somos gratos ao Movimento Sem Terra pela doação de alimentos, pois cada vez mais as famílias trabalhadoras têm passado por necessidades. Tem sido necessário lutar com muita força pelo direito à alimentação. Além disso, enfrentamos muitas outras formas de violência”.
O conjunto da Feira trouxe muita clareza à necessidade de organização e avanço no diálogo entre campo e cidade, pois se nem o direito básico à alimentação é assegurado, muito menos a soberania alimentar e a extinção das diversas formas de violência.
A Feira foi uma amostra que aponta para as novas relações e valores que as famílias do MST buscam construir. A solidariedade, o cuidado, a auto-organização do povo, todos estiveram presentes nas inúmeras mãos que construíram a I Feira Estadual da Reforma Agrária em Santa Catarina.
*Editado por Solange Engelmann