Luta pela Terra
Famílias do Acampamento Quintino Lira, no Pará, realizam ação de denúncia contra latifundiário
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Por Setor de Comunicação do Pará
Da Página do MST
Cansados de esperar respostas dos órgãos públicos, na manhã desta terça-feira (12/04), as famílias do acampamento Quintino Lira em Santa Luzia do Pará decidiram ocupar a área e empunhar na Fazenda Cambará os maquinários que eram utilizados para destruir a área de reserva e as roças das famílias Sem Terra.
A ação tem como objetivo garantir o acordo que foi assinado e descumprido pelo fazendeiro da região Josué Bengston, que é pastor da Igreja Quadrangular e deputado federal pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
As(os) trabalhadoras/es querem fazer com que se cumpra o processo para avançar a criação do assentamento e que o INCRA assuma suas responsabilidades de garantir aos trabalhadores e trabalhadoras rurais a política de reforma agrária.
As famílias denunciam a invasão de gado e o uso de maquinário contra os trabalhadores, além de ameaças às famílias.
“As medidas conduzidas pelo Poder Público para promover a distribuição de terra, já constata tanto na justiça como no Incra e devem ser cumpridas” declara Jane Cabral da direção do MST.
A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária: por Terra, Teto e Pão que ocorre em todo Brasil neste mês de abril em memória aos Mártires do Massacre de Eldorado do Carajás.
Sobre a área
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A área da Fazenda Cambará, atualmente acampamento Quintino Lira, é terra federal e o ITERPA (Instituto de Terra do Pará) emitiu título definitivo para Josué Bengston. As famílias há anos exigem que avance o processo de Reforma Agrária, o cancelamento desse título seria judicializado pelo ITERPA por meio da PGE (Procuradoria Geral do Estado) que garantiu que as família pudessem ter acesso terra. A área já está georreferenciada para criação do assentamento.
As famílias também exigem que haja justiça para o assassinato de José Valmeristo (Caribé), trabalhador Sem Terra, a mando do filho do deputado Marcos Bengtson. O filho do deputado é réu no processo que apura a morte do trabalhador rural ocorrido em 2010. Para o MST, Marcos é o principal suspeito de comandar a emboscada e as tentativas de assassinato contra seus militantes.
Um acordo foi feito através da Vara Agrária de Castanhal para que houvesse o respeito em relação a área desafetada, no entanto, o conflito permanece e o fazendeiro tenta entrar na área com gado e destruindo as roças do/as acampados/as.
“Lutar é preciso: contra o fascismo a esperança amazônica resiste!”