Ato Político

Ato no Acampamento Marielle Vive do MST em São Paulo pede “basta de massacres”

Jornada de Lutas reúne famílias Sem Terra em comemoração aos quatro anos de resistência do acampamento, pedindo o fim da violência e dos massacres
Manifestação no Tribunal de Justiça, na Sé (SP). Foto: Sara Sulamita.

Da Página do MST

Neste sábado (16), o MST no estado de São Paulo convoca o conjunto da militância e apoiadoras/es para um ato político em solidariedade ao Acampamento Marielle Vive, durante atividade que integra a “Jornada de Lutas em Defesa da Reforma Agrária: por Terra, Teto e Pão!”

O encontro acontece no marco dos quatro anos de existência do Acampamento Marielle Vive, localizado na cidade de Valinhos, região metropolitana de Campinas (SP), e celebra a resistência ativa da ocupação após viverem momentos de terror durante dois ataques consecutivos a tiros, que ocorreram contra o acampamento no último domingo (10).

O atentado deixou toda a comunidade em alerta sobre os riscos a respeito da integridade e da vida das 450 famílias Sem Terra que moram no local. Dessa forma, o ato celebra a resistência, mas também acontece com o ímpeto de ecoar a denúncia sobre o aumento da violência no campo e como ela se reflete, literalmente, no cotidiano da ocupação do Marielle Vive.

O ato convocado para este sábado acontece a partir das 15h no próprio acampamento e contará com a participação de parlamentares, artistas, sindicalistas, movimentos sociais e demais parceiras/os que se reunirão em apoio a luta por Reforma Agrária Popular e pedindo o fim da violência, dos massacres e da impunidade.

O encontro também presta homenagens à memória aos 21 companheiros que tombaram na luta pela terra em Eldorado do Carajás (PA), durante o massacre que completa 26 anos e continua impune. O artista Mateo, da banda Francisco, el Hombre e a influencer Laura Sabino se manifestaram nas redes sociais em solidariedade às famílias Sem Terra, Mateo gravou em vídeo um apelo solidário durante visita ao acampamento.

Além dos mártires de Carajás, será homenageada também a memória de Seu Luís Ferreira Costa, militante Sem Terra do Acampamento Marielle, que foi morto durante uma manifestação que reivindicava o abastecimento de água negado pela prefeitura, em 2019. Seu Luís foi atropelado na Estrada Jequitibá por Leo Luiz Ribeiro, réu confesso por crime triplamente qualificado, condenado à 20 anos, mas que cumpre pena fora da prisão por determinação da Justiça.

“O ato exige que os responsáveis pelo assassinato de Seu Luís, por esses ataques e os outros que já aconteceram sejam punidos perante a lei. Desde Eldorado do Carajás que foi há 26 anos, a gente não tem ainda a punição pros responsáveis pelo massacre… isso vai acontecer também com o Seu Luís, isso vai acontecer também com as pessoas que estão atirando em frente ao acampamento pra machucar as pessoas”, declarou Tassi Barreto, da direção estadual do MST, afirmando que as famílias Sem Terra não estão sozinhas.

Criado em 14 de abril, no marco da Jornada de Lutas de 2018, o Acampamento homenageia em seu nome o legado da mártir popular Marielle Franco; ocupa uma área ociosa reivindicada pela Fazenda Eldorado Empreendimentos Imobiliários, em região assediada pela especulação imobiliária de Valinhos, conhecida por concentrar condomínios de luxo.

Apesar dos ataques, as famílias resistem e continuam mobilizadas por Reforma Agrária Popular e contra as violências.

Apesar dos ataques constantes da especulação imobiliária, o acampamento segue produzindo comida saudável. Foto: MST/SP.

Informação à imprensa:

(19) 9 9444-1864 – Marília Fonseca (Assessoria MST-SP)

*Editado por Maria Silva