Festival em MG
Abertura do Festival Estadual de Arte e Cultura em Minas Gerais demarca democracia e unidade
Por Debora Nunes
Da Página do MST
Nesta sexta-feira (29), começou em Belo Horizonte (MG), Praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o Festival Estadual de Arte e Cultura e a Feira da Reforma Agrária e Agricultura Familiar do MST em Minas Gerais, com o lema “Cultivando terra, trabalho democracia!”.
O evento contará com 120 artistas para apresentar sete atrações artísticas durante os três dias de festival, no qual estima-se a participação de 30 mil pessoas ao todo e aproximadamente 60 toneladas de alimentos que serão comercializados, além de outros produtos da Reforma Agrária.
O dirigente nacional do MST Silvio Netto fala sobre a importância de retomar o Festival neste ano político e como o lema “Cultivando terra, cultivando trabalho, cultivando democracia” se insere nessa conjuntura.
“O nosso Movimento aprendeu, ao longo de mais de 30 anos e nesses dois anos de pandemia, que o alimento é central na luta pela Reforma Agrária. E ao longo dos últimos anos nos dedicamos à produção, foi um isolamento produtivo e a expressão de todo esse tempo de produção nós trouxemos hoje para essa feira, para demonstrar para a sociedade que nós conseguimos fazer Reforma Agrária Popular mesmo em um período tão adverso como foram esses dois anos de pandemia”.
Luta e resistência
Nessa toada de retomada ao presencial luta pelo direito à alimentação saudável, pela Reforma Agrária e de enfrentamento aos retrocessos do governo Bolsonaro, a atividade teve em sua abertura um Ato Político que recebeu parlamentares de esquerda, movimentos populares e representantes da sociedade civil organizada.
O deputado federal (PT-MG) Rogério Correia enfatizou o papel de resistência que o MST cumpre com a produção de alimentos e a luta pela terra. “Parabenizo o MST por conseguir resistir nesse período e ainda produzir e distribuir produtos sem veneno para matar a fome do povo brasileiro. É um ato de demonstração de solidariedade, que tem que vencer o ódio como no passado a esperança venceu o medo”.
Belorizontinos celebram Festival na capital
Os moradores da região central de Belo Horizonte reconhecem a importância do Festival ocupar o centro da capital mineira e aproveitam para experimentar pratos típicos de Minas Gerais. É o que relata Bruna Diniz, visitante da Feira. “Acho importante, pois mostra a visão do MST para as pessoas dessa região da Zona Sul, que têm uma visão bem distorcida do que é o Movimento. A parte que mais gostei foi a da comida, pois não conhecia [pratos] das outras regionalidades [de Minas Gerais]”.
Outros pontos apontados como positivos pelos visitantes são a qualidade dos produtos e o contato direto entre produtores e consumidores. É o que aponta Márcio Guerra, também morador da região central de Belo Horizonte. “Acho uma iniciativa maravilhosa trazer o contato com esses produtos que são de excelente qualidade e naturais. O mundo precisa exatamente disso, de feiras e comprar diretamente com o produtor, incentivar os microprodutores que produzem na terra produtos de qualidade e saudáveis”.
Para o povo Sem Terra que vive nos acampamentos e assentamentos do MST em Minas Gerais, essa retomada das Feiras é essencial para garantir o escoamento da produção e a geração de renda.
A feirante Vania Maria veio de Periquito (MG), na região do Vale do Rio Doce, para comercializar na Feira sua produção. Ela fala sobre a importância deste momento, após as dificuldades enfrentadas nos últimos dois anos de pandemia.
“Foi uma grande dificuldade para a gente conseguir comercializar. Tem três anos que entregamos nos PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), nas escolas em Governador Valadares e Periquito, que são locais em que conseguimos escoar parte da produção, mas tem produtos que não podem ir, como carne, queijo e requeijão”.
Por fim, Vania completa sua fala falando da alegria de estar novamente nas ruas comercializando os produtos da Reforma Agrária. “A feira é muito importante para nós que produzimos e precisamos encontrar formas de comercializar nossos produtos. Durante a pandemia foi uma tristeza e é de muita alegria e emoção esse momento de poder retomar, após a pandemia, e trazer nossos produtos”.
Visite o Festival da Reforma Agrária
O Festival da Reforma Agrária acontece neste sábado (30) e domingo (01), das 7h às 22h, com a realização da feira, trazendo alimentos, fitoterápticos, pratos regionais, artesanatos, entre outros produtos da Reforma Agrária. Apresentações culturais e debates também estão na programação.
*Edtado por Yuri Simeon