Arte e Cultura

Festival de Arte e cultura traz democracia para o centro da capital mineira

Além de culinária, arte e cultura, Festival e Feira do MST também pautou a democracia e a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade
Atrações culturais animaram o Festival de Arte e Cultura e Feira da Reforma Agrária e Agricultura Familiar do MST em Minas Gerais. Foto: Mari Rocha

Por Agatha Azevedo e Laura Sabino
Da Página do MST

Entre os dias 29 de abril e 1 de maio, aconteceu, em Belo Horizonte, o Festival de Arte e Cultura e Feira da Reforma Agrária e Agricultura Familiar do MST. Por três dias ocupou a Praça da Assembleia Legislativa, que ficou tomada por camponeses e camponesas.

Os trabalhadores rurais Sem Terra levaram uma variedade da culinária mineira, com diferentes temperos e sabores. São produtos agroecológicos, sem veneno, produzidos pelos produtores do movimento. Além disso, houve atrações culturais, tais como roda de viola e ensaio aberto do bloco Pisa Ligeiro. A feira também trouxe pratos típicos das nove regiões do estado mineiro e mais alguns quitutes de estados convidados.

Foram mais de 500 Sem Terra trabalhando no evento, 60  toneladas de produção, sendo 40 na feira e 20 na cozinha e mais de  30 mil pessoas circulando e conhecendo a feira. Para Edmilson Coelho, morador de Belo Horizonte, o evento foi uma ótima oportunidade de ter acesso a alimentos saudáveis. “Estive aqui nos três dias do evento e achei tudo muito interessante e de qualidade. Levei ovos, mel, ervas para chá, temperos… Hoje eu e minha esposa comemos o peixe frito da barraquinha e achamos muito saboroso! Espero que tenha outra feira como essa”.

Foto: Agatha Azevedo

Clenia, que trabalha no Armazém do Campo de Almenara e esteve na feira para expor os artesanatos produzidos no acampamento Bela Vista, localizado em Itaobim (Vale do Jequitinhonha), apontou a importância da mobilização. “Depois de tanto tempo em pandemia, é uma oportunidade pra todo mundo sair, expor… Porque não é só a venda, é expor o produto. Os companheiros e companheiras conhecerem o que você está vendendo, conhecer o artesanato, a história”.

Para Luana Oliveira, do Coletivo Nacional de Cultura do MST, “depois do período da pandemia, o festival significou reencontro. Reencontro das pessoas, da alegria da coletividade e sobretudo da humanidade. Poder abraças, poder cantar junto e poder ver sorrisos de perto nos fez reencontrar com a nossa humanidade. As apresentações foram fortes, potentes e coletivas em sua essência, como deve ser. Como é a arte.”

Foto: Eduardo Gontijo
Foto: Flora Villela

A população da cidade também teve a oportunidade de conhecer as iniciativas do MST de Minas Gerais em relação à reparação ambiental no Vale do Rio Doce e no Paraopeba, ligadas ao crime da Vale.

Segundo Tuíra Tule, da Direção Nacional do MST, o espaço foi o esperançar coletivo que há muito a classe trabalhadora não sentia. “A gente queria agradecer a cada companheiro e companheira que compartilhou conosco o fruto do nosso trabalho, a gente juntou os trabalhadores do campo e da cidade nessa luta tão importante pra nós que é lutar pela democracia no nosso país, e segue com esperança no futuro”, concluiu.

Confira abaixo um resumo do Festival:

*Editado por Fernanda Alcântara