Crime

Conselho Nacional Popular LGBTI+ denuncia fechamento do Museu da Diversidade Sexual

Fechamento do Museu ocorreu após deputado bolsonarista mover ação contra o espaço cultural
Audiência Pública no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo, realizada hoje. Foto: Malu Aquino

Por Conselho Nacional Popular LGBTI+
Da Página do MST

A Audiência Pública em defesa do Museu da Diversidade Sexual e das Políticas Pública para população LGBTQIA+, no marco do 17M, Dia Internacional de Luta Contra a LGBTIfobia, ocupou o plenário da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo na tarde desta terça-feira (17). Participaram da discussão militantes e ativistas que construíram o Encontro do Conselho Nacional Popular LGBTI+.  

A discussão foi conduzida por Maria Izabel Noronha, conhecida como Professora Bebel, deputada estadual pelo PT e presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), que abriu a discussão denunciando o encerramento do Museu da Diversidade Sexual. “O fechamento do Museu foi um ataque frontal à essa comunidade que produz cultura e, que apesar de ser brutalmente atacada, nos traz alegria e muitas reflexões diariamente”, pontuou Bebel.

A decisão judicial foi tomada no início de abril após ação movida pelo deputado estadual Gil Diniz, do PL, apoiador de Jair Bolsonaro. De acordo com o deputado, há irregularidades cometidas pelo Instituto Odeon, responsável pela administração do espaço. Diniz defende que o valor é muito alto para uma “sala de exposição”, pois o museu está inserido dentro da estação República do Metrô.

A juíza Carmen Cristina Teijeiro, ao considerar a ação, argumentou que o Instituto Odeon teve suas contas negadas quando administrava o Theatro Municipal.

Conselho Nacional Popular LGBTI+ participa de Audiência Pública. Foto: Malu Aquino

O fechamento repentino do espaço pegou muita gente de surpresa. “Quando a gente acha que as pessoas estão olhando para o trabalho das drags e dos artistas LGBT e sendo empoderado, a gente vê que de um lado e de outro a gente tá sempre sendo discriminado”, desabafou Salete Campari, ativista e drag queen, que foi surpreendida com o fechamento do Museu.

Ela se preparava para uma intervenção no espaço que contava com uma exposição drag e ao chegar para a apresentação, deu de cara com as portas lacradas. A ativista cultural contou que não recebeu nada, apesar de existir verbas destinadas para o funcionamento.

Para Janaina Oliveira, da Rede Afro LGBT, os bolsonaristas buscam diariamente formas de invisibilizar a existência LGBT. “A gente sabe que eles criaram uma onda conservadora para nos atacar. São ações articuladas que vão se transmitindo para o resto do país”, pontuou. “Quem deveria estar no armário encolhida é essa onda conservadora”, finalizou.

Marisa Bueno, diretora do Museu da Diversidade Sexual, denunciou o caráter LGBTIfóbico do encerramento do espaço. “Esse museu é o terceiro no mundo e o primeiro na América Latina, que é destinado a pesquisa e à memória LGBTIA+ e ele faria 10 anos em 2022. Era um espaço de resistência e um marco histórico!”.

Compuseram a mesa de debates Anselmo Figueiredo, da Frente Parlamentar LGBT da ALESP; Symmy Larrat, da ABGLT e da ANTRA; Vinicius Silva, defensor público, Isabelly Carvalho, vereadora de Limeira pelo PT; Walmir Siqueira, coordenador do Coletivo LGBT da CUT; Zezinho, secretário de funcionários da educação da CNTE; Carolina Iara, vereadora pelo PSOL; Igor Andrade, do Ativoz e do PSOL Osasco; Renata, do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo; Marcelo Morais, do setorial LGBT do PT/SP; Mônica Seixas, do PSOL; e Viviane Trindade, representante do mandato do deputado Alexandre Padilha.

Confira abaixo íntegra da audiência pública:

*Editado por Solange Engelmann