MST no Ceará

No Ceará, MST celebra 33 anos de lutas e conquistas

Há exatos 33 anos o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) erguia a bandeira vermelha em terras cearenses
Foto: MST Ceará/Aline Oliveira

Por Aline Oliveira
Da Página do MST

No dia 25 de maio de 1989 acontecia primeira ocupação de terra do MST no estado do Ceará. Mais de 400 famílias ocuparam a antiga fazenda Reunidas de São Joaquim, localizada nos municípios de Madalena, Quixeramobim e Boa Viagem.

Hoje após 33 anos de lutas, conquistas e resistência o MST no Ceará tem muito a celebrar, ao longo dos anos conseguiu se expandir em mais de 60 municípios em todas as regiões do estado, com mais de 200 assentamentos federais e estaduais. Conquistou escolas de ensino médio no e do campo, cooperativas, agroindústrias, rádios comunitárias, e a formação acadêmica de filhos e filhas de assentados e assentadas através do Programa de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), dentre muitas outras conquistas.

Primeira ocupação de terras do MST no Ceará. Foto: Acervo do MST

Desde a última segunda-feira, 23, os assentamentos e acampamentos tem realizado uma programação de celebração em torno da comemoração dos 33 anos, com místicas, hasteamento de bandeiras, formaturas nas escolas, programas de rádio especiais, plantio de mudas, ações de solidariedade e ocupação das redes sociais com fotos históricas da luta pela terra e vídeos.

“No Ceará, a luta pela terra surge da necessidade dos camponeses e camponesas pelo o acesso à terra, e pela transformação da realidade do campo e assim trazer dignidade para aqueles e aquelas que viviam nas amarras dos latifundiários, explorados”, conta Kelha Lima da direção nacional do MST/CE.

“Desde então, nossas pautas tem se ampliado, a luta pela terra continua sendo a nossa essência Sem Terra. Hoje comemorar 33 anos é celebrar nossa vida, nossa história, nossa existência e resistência, nossos valores, é celebrar cada conquista obtida através de muita luta, muita ousadia do povo Sem Terra, de cada arame farpado cortado nas fazendas improdutivas, de cada universidade ocupada por filhos e filhas de camponeses, por cada ocupação do latifúndio do ar. A luta sempre vale a pena, viva o MST, viva a Reforma Agrária, Vida longa aos que lutam” concluiu.

João Batista, assentado da Reforma Agrária no assentamento Salão em Mombaça, relembra o início da luta e a importância do MST na conquista da terra. “Sou muito grato ao MST, o nosso assentamento é fruto de um processo longo e sofrido, mas a chegada do movimento nos possibilitou resistir. Através do MST conseguimos a desapropriação, hoje me orgulho de ser um assentado da Reforma Agrária, criei minha família no assentamento, por isso só tenho a agradecer, parabéns a todos que fazem o MST no Ceará”.

A programação de celebração dos 33 anos do MST no Ceará segue até dezembro, quando é realizado o 32º encontro estadual que reunirá representantes dos diversos assentamentos e acampamentos de todo território cearense.

*Editado por Fernanda Alcântara