Patrimônio Histórico

MST ocupa e preserva a história na Zona da Mata Mineira 

Atual assentamento Dênis Gonçalves, MST protege o patrimônio histórico-arquitetônico do local
Assentamento Dênis Gonçalves. Foto: Acervo MST em MG

Por Michelle Capuchinho*
Da Página do MST 

Na última quarta-feira (01), o assentamento Dênis Gonçalves, em Goianá (MG), recebeu o Juiz Federal Dr. Bruno Savino. O mesmo veio fazer uma Inspeção Judicial no âmbito da Ação Civil Pública, proposta pelo Ministério Público Federal, na pessoa do Procurador Dr. Eduardo Aguiar, que visa proteger o patrimônio histórico-arquitetônico da antiga fazenda Fortaleza de Santana, atual assentamento Dênis Gonçalves. 

Estiveram presentes a Defensoria Pública da União, a Procuradoria do Município de Goianá, a secretária Municipal de Cultura e a vereadora Aline Flausino. 

Dr. Bruno Savino e o Procurador Federal, Dr. Eduardo Aguiar, estão firmes no propósito de encontrar uma composição que garanta a restauração do conjunto de bens que representa de forma irretocável, o poder político e econômico dominante no final do império brasileiro. 

Em 2010, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ocupou e construiu o maior assentamento da reforma agrária de Minas Gerais, o assentamento Denis Gonçalves, que hoje conta com mais de 160 famílias e trouxe às terras antes abandonadas um novo processo de desenvolvimento social, ambiental e cultural. 

A antiga fazenda Fortaleza de Sant’Anna, tem sua história marcada pela passagem de D. Pedro II e de Getúlio Vargas, conta com uma estrutura de patrimônio histórico material e imaterial impressionante, mas que ao longo dos anos ficou completamente abandonada e se deteriorando. Além disso, ali foram encontradas múmias indígenas que estavam em pesquisa antes do incêndio no Museu Nacional. A área conta com marcos de sesmarias, além de estruturas de maquinaria do período auge do café. 

Desde que a área se tornou assentamento, o MST vem atuando para promover o tombamento do patrimônio histórico da sede da fazenda, realizando atividades de turismo comunitário e ambiental, além de apresentar para a sociedade o modo de produção agroecológico que as famílias sem terra assumiram e vêm construindo no cotidiano da produção. A restauração do patrimônio e a promoção do turismo histórico fazem parte deste projeto de produção, por isso são de extrema importância para as famílias assentadas.

*Michelle Capuchinho é do setor de formação do MST em MG 

**Editado por Fernanda Alcântara