Nota

Quem produz veneno, lucra com a morte e a fome!

Posicionamento da Juventude Sem Terra, sobre escracho à Bayer, uma das maiores empresas de agrotóxicos do Brasil, realizado nesta sexta-feira (10), em São Paulo
Juventude Sem Terra escrachou a Bayer, responsável por incentivar e facilitar o uso de substâncias comprovadamente tóxicas para a vida e a natureza. Foto: Acervo MST

Da Página do MST

Estamos vivendo a mais profunda crise ambiental da história da humanidade, combinada com múltiplas crises, expressão da crise estrutural do capitalismo em seu atual estágio de desenvolvimento destrutivo, em sua fase financeirizada. Isto é, a sua lógica incessante de busca por maior acumulação de capital, tem avançado aceleradamente na apropriação, expropriação e dominação dos bens comuns e da força de trabalho, e tem levado a vida como nós conhecemos ao seu esgotamento. 

No Brasil, esse modelo é organizado pelo agronegócio, que historicamente é baseado na concentração de terra, uso intensivo de agrotóxicos, apropriação-exploração-dominação dos bens comuns, violência e fome! A sanha das suas empresas, representam um projeto que adoece as pessoas, a terra, e depois fornece a elas o remédio para sua cura. Nós, Juventude Sem Terra, organizadas na nossa 13ª Jornada Nacional, entendemos que esse cenário está diretamente relacionado com a necessidade de construir rupturas com esse modelo do capital que tem levado a vida como a conhecemos a seu esgotamento. O agronegócio é morte, é fome!

Por isso, nesta sexta-feira, dia 10 de junho de 2022, a Juventude Sem Terra escrachou a Bayer, uma das maiores empresas de agrotóxicos do Brasil, responsável por incentivar e facilitar o uso de substâncias comprovadamente tóxicas para a vida e a natureza, para produzir soja para exportação, como apontam estudos sobre o Roundup, herbicida a base de glifosato produzido pela então Monsanto, adquirida pela empresa.

Empresas como a Bayer, Basf, Cargill, Dupont tem transformado o Brasil um verdadeiro paraíso dos venenos e da fome. A soja não enche o prato, não produz alimentos. O agronegócio devasta, desmata o solo, provocando enchentes, queimadas, pandemias e adoecimento à saúde humana e da natureza. Os bens da natureza devem estar a serviço da vida, sobre o controle popular do povo brasileiro. A terra não é mercadoria, e deve cumprir sua função de produzir alimentos saudáveis para o povo brasileiro e ser território de vida digna para os povos do campo, das águas e das florestas.

Portanto, nos marcos que o Brasil atinge o terrível número de 33 milhões de pessoas passando fome, enquanto se “diz celeiro da produção” e o agronegócio atinge recordes de lucros, escrachamos a Bayer, com o objetivo de dizer que: QUEM PRODUZ VENENO, LUCRA COM A MORTE E A FOME!

Além disso, denunciamos o desmonte provocado pelo governo Bolsonaro e sua “bancada da boiada”, que com o Projeto 6299/2022, conhecido como pacote do veneno, afronta contra a vida do povo brasileiro e os povos do campo, que tem enfrentado condições adversas para a produção de comida, decorrentes da crise ambiental que estamos vivendo, através das estiagens, enchentes, poluição e também da falta de políticas públicas e subsídios para a agricultura familiar camponesa.

Não engoliremos o seu veneno!

Juventude em luta, pela terra e Soberania Popular!

*Editado por Solange Engelmann