Eleições 2022

“Meu nome está à disposição da luta da classe trabalhadora”, diz Vânia do MST

Em lançamento de pré-candidatura a deputada federal, Vânia reúne lideranças do campo e da cidade
Foto: Fernando Ralfer

Por Zé Luís Costa e Mariana Castro
Da Página do MST

No último sábado (25), na cidade de Imperatriz, região sudoeste maranhense, ocorreu a festa de lançamento da pré-candidatura de Gilvânia Ferreira, conhecida como Vânia do MST. O evento teve forte presença de assentamentos e acampamentos da região tocantina, além de lideranças indígenas, quebradeiras de coco babaçu, professores, estudantes e políticos como o pré-candidato a vice-governador do estado, Felipe Camarão (PT). 

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, dentro de uma tática de luta, coloca à disposição das eleições de 2022 militantes históricos da luta pela terra de vários estados do Brasil para disputar cargos eletivos na Câmara Federal. 

O MST acredita que não basta a eleição do presidente Lula, é preciso que se tenha bases fortes do presidente no Congresso Federal. No Maranhão, a Vânia do MST aceitou o desafio de disputar um cargo eletivo para o legislativo.

Foto: Kelly Saraiva

Nascida na Paraíba, Vânia é filiada ao Partido dos Trabalhadores e atua há 30 anos na luta pela reforma agrária no Maranhão, colaborando desde a fundação do movimento em vários estados da região até a articulação e fortalecimento de sindicatos e outros movimentos sociais.  

Da direção estadual do MST, Elias Araújo reforça que “não adianta eleger Lula e Vânia se não for feita uma boa mobilização popular na construção dos comitês de lutas”, porque segundo ele, “os comitês de lutas espalhados por todo o Brasil, em especial no estado do Maranhão, darão suporte para um mandato popular e democrático de Lula e Vânia”.

Representantes políticos Francisco Gonçalves, Felipe Camarão, Jonas Alves e Aurélio Gomes. Foto: Daniel Sena

Presente no encontro, o pré-candidato a vice-governador Felipe Camarão (PT) se destaca no campo da educação, tendo sido exercido o cargo de Secretário de Educação do Estado durante o governo de Flávio Dino e um dos responsáveis pelo desenvolvimento do programa “Sim, eu posso!”, com o apoio do MST e outras entidades do campo.

“A Vânia do MST reuniu nesta noite trabalhadores rurais de assentamentos e acampamentos, povos indígenas da região, quebradeiras de coco, pescadores, trabalhadores da cidade, estudantes, sindicalistas, professores e militantes do PT em uma linda festa democrática em favor da sua pré-candidatura”. 

Representantes das etnias Guajajara, Gavião e Krikati estiveram presentes no encontro. Foto: Kelly Saraiva

Em nome da Articulação de Mulheres Indígenas do Maranhão (AMIMA), Maria Helena Gavião denunciou os ataques sofridos sob o governo Bolsonaro, reforçou a importância de firmar apoio e fortalecimento do nome de Vânia, enquanto mulher maranhense comprometida com as causas sociais.

“Ela sempre nos apoiou, sempre nos acolheu. Por isso quero aqui dizer, em nome da AMIMA, que nós, mulheres indígenas, estamos com você porque é um momento importante para ter uma mulher maranhense como deputada federal representando camponeses, indígenas e quilombolas. É isso que temos que fazer, formar parcerias em nossa defesa”, declara Maria Helena.

Aos 86 anos, dona Dió é uma das alfabetizadas pelo programa “Sim, eu Posso!”. Foto: Kelly Saraiva

Em fala carregada de emoção e apelo para que juntos fortaleçam o projeto político em torno do pré-candidato a presidente Lula, Vânia destaca a presença de uma figura histórica do movimento, dona Dió, de 86 anos de idade, como sua inspiração de luta e uma das pessoas alfabetizadas pelo programa “Sim, eu posso”, moradora do assentamento Jussara.

Filha de trabalhadores rurais, aos nove anos Vânia lia cordel para homens e mulheres analfabetos. Ainda adolescente engajou-se nos grupos eclesiais de base e aos 17 anos, em 1987, conheceu o MST e passar a viajar por todo o Nordeste em defesa das causas populares e contra as desigualdades sociais.

“Eu saí da casa dos meus pais porque eu queria mudar o mundo e eu continuo querendo mudar o mundo, por um mundo justo, igualitário e fraterno, onde ninguém tenha que passar fome, onde ninguém precise buscar osso para se alimentar”, declara. 

Vânia denuncia os atentados aos direitos humanos e à democracia provocados durante o governo Bolsonaro e relembra ainda casos como o assassinato de Dom Philips e o indigenista Bruno Pereira. 

“Esse é um momento muito complicado da vida do povo brasileiro, momento este em que está sentado na cadeira do Palácio do Planalto um cara que é assumidamente perigoso à democracia, aos movimentos sociais e que já demonstrou para o que veio”. 

Foto: Fernando Ralfer

Durante o encerramento, Vânia destaca a importância do engajamento da classe trabalhadora, seja do campo ou da cidade em torno de candidaturas comprometidas com a mudança, ressaltando especialmente o projeto político em torno de Lula.

“Lula representa para todos nós nesse momento um esperançar. Um esperançar de mudanças de projeto, pois há dois projetos em jogo na nossa sociedade: o dos dominantes, poderosos, ruralistas e grupos econômicos que exploram a classe trabalhadora e um outro projeto, construído por todos e todas nós com o companheiro Luís Inácio Lula da Silva, que vai ganhar no primeiro turno”.

O evento reuniu cerca de 500 pessoas com uma mesa composta pelo presidente do PT no estado, Francimar Mello; pelo presidente do partido no município, Jonas Alves; pela Secretária de Mulher do partido; Adriana Carvalho; pelo representante da direção estadual do MST, Elias Araújo; pela representante das mulheres do partido na cidade de Imperatriz, Luciene Lucena;  pelo representante do PCdoB, Davison do Nascimento; presidente do Sindicato dos Urbanitários Jorge Furtado; pelo pré-candidato a deputado estadual do Coletivo Guarnicê, Chico Gonçalves, o pré-candidato a deputado estadual e vereador Aurélio Gomes, além do pré-candidato a vice-governador do Partido dos Trabalhadores no estado, Felipe Camarão.

*Editado por Fernanda Alcântara