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102 anos de nascimento de Sérgio Buarque de Holanda

No aniversário de um dos maiores intelectuais do XXI, confira algumas de suas principais obras
Sérgio Buarque de Holanda. Foto: Reprodução web

Da Página do MST

Nesta segunda-feira (11), completa-se 102 anos de nascimento de Sérgio Buarque de Holanda, historiador, crítico literário e jornalista. Considerado um dos maiores intelectuais do século XX, ele lecionou em várias escolas superiores e tornou-se, catedrático da Faculdade de Filosofia da USP, em 1956.

Participou do movimento modernista e aproximou-se de figuras centrais desse movimento, como Mário de Andrade e Oswald de Andrade, figuras importantes da Semana de Arte Moderna de 1922.

Sérgio Buarque de Holanda nasceu em São Paulo, no dia 11 de julho de 1902 e morreu em São Paulo, em dia 24 de abril de 1982.

Confira as principais obras do autor:

Raízes do Brasil

Imagem: Reprodução

Sua primeira e principal obra foi o livro Raízes do Brasil, lançada em 1936, que se tornou um clássico da historiografia brasileira e uma das fundadoras das ciências sociais modernas no Brasil. Holanda introduziu o estudo de Max Weber no Brasil e, baseado em sua teoria, desenvolveu o conceito de “homem cordial”, que, décadas depois, continua sendo um modelo explicativo do homem brasileiro.

No livro, “Raízes do Brasil”, Holanda faz uma revisão da história do Brasil e destaca as mazelas da vida social e política do país. E busca na história colonial as origens dos problemas nacionais. Nesse contexto, o Brasil Colônia é visto com pouca organização social, que desencadeou a frequente violência e o domínio personalista.

Nesse cenário, o autor aponta como o segundo marco da formação brasileira, o patriarcado rural. Ele faz um levantamento minucioso de como era a administração colonial e as bases econômicas da colônia, além de uma estratificação social parecida ao sistema de castas.

Nas propriedades rurais, os donos tinham poderes ilimitados sobre aqueles que estivessem sob seu território. De modo que, as grandes propriedades de terra funcionavam como Estados particulares, marcados pelo coronelismo. Diante disso, para o autor a hegemonia do patriarcado rural, impediu a formação de uma burguesia urbana que propiciasse uma cultura liberal. Esse modelo de poder pelos grandes fazendeiros moldaria a política e se tornaria um empecilho para a construção de uma cultura democrática sem personalismos ou interesses pessoais, determinando a relação entre governantes e governados.

Confira a obra em PDF no site da USP AQUI.

Buarque de Holanda também foi autor de outras obras importantes, como Monções (1945), Caminhos e Fronteiras (1957), Visão do Paraíso (1959), Do Império a República (1972), e publicou diversos artigos de crítica literária e de intervenção cultural, em jornais e revistas.