Perfil Lutadora

História de uma mulher negra, lésbica, Sem Terra e artista do MST

Neste 25 de julho, Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional Tereza de Benguela, conheça a história de Rosa Amorim, jovem Sem Terra, lésbica e artista, pré-candidata à deputada estadual pelo Pernambuco
Rosa Amorim aprendeu nas lutas pelo assentamento em Pernambuco, que ocupar vai muito além de espaços físicos. Foto: Matheus Alves

Da Página do MST

Rosa Amorim nasceu na luta. Sem Terrinha assentada em Normandia, na zona rural de Caruaru, no Agreste pernambucano, cresceu sabendo reconhecer o valor da terra, da agricultura familiar camponesa e a importância da união do povo. 

Faz parte de uma primeira geração de assentados que nascem já dentro da área conquistada. Ao lado de seus pais, Rubneuza Leandro e Jaime Amorim, dirigentes do MST Pernambuco, pôde aprender, a partir das lutas de seu assentamento – palco de uma das mais simbólicas batalhas do MST em Pernambuco -, que ocupar vai muito além de espaços físicos. 

Ainda na pré-adolescência, Rosa passou a integrar os movimentos culturais que aconteciam na cidade de Caruaru. Alinhada com os ideais feministas, também foi uma das precursoras da Marcha Mundial das Mulheres em Pernambuco. Ainda fez parte do movimento estudantil, desde o secundarista, se tornando referência no Levante Popular da Juventude e na União Nacional de Estudantes (UNE), onde compõe a diretoria de Cultura. 

Por suas vivências enquanto mulher negra, lésbica, Sem Terra, estudante de teatro e artista, Rosa traz consigo o olhar atento e construtivo diante de muitas pautas do nosso povo, de quem mais sofre na pirâmide das desigualdades sociais. E agora, aos 25 anos, aceita mais um desafio ajudando a construir um novo marco dentro da história do MST. Em Pernambuco, é pré-candidata a deputada estadual, marcando a entrada do povo Sem Terra nas disputas eleitorais. 

Além de ajudar a derrotar o bolsonarismo, o intuito de Rosa é representar um projeto popular construído a muitas mãos. Foto: Matheus Alves

Além de ajudar a derrotar o bolsonarismo, o intuito de Rosa ao se lançar pré-candidata a uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco é representar um projeto popular construído a muitas mãos. Para ela, sua pré-candidatura surge como “uma forma de colocar nosso povo em espaços estratégicos de tomada de decisão e poder, trabalhando para a diminuição das desigualdades e freando uma série de ataques aos direitos daqueles que são considerados minorias sociais, ainda que sejam a grande maioria de quem faz o Brasil.”

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Gostou a história da companheira Rosa?
Conheça também Marlene Marta, do Setor de Educação do MST, que luta pela transformação através da formação da consciência das, AQUI.

*Editado por Solange Engelmann