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Educação se constrói no dia a dia: conheça a história de Marlene Marta, militante do setor de educação

No dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana contamos a história da Marlene Marta, mulher negra do Setor de Educação do MST em Minas Gerais e sua luta pela transformação através da formação da consciência das crianças
Educadora Popular de carteirinha, Marlene já contribuiu na consolidação de escolas, cursos técnicos e como cirandeira. Foto: Matheus Teixieira

Por Matheus Teixeira
Da Página do MST

Das terras do Vale do Rio Doce, no Leste mineiro, Marlene Marta se encontrou no setor de educação do MST. Militou no Norte de Minas e hoje, na Zona da Mata, segue construindo a luta por uma educação pública de qualidade, feita pelo povo e para o povo, tendo sempre como inspiração os princípios e exemplos de patrono da educação brasileira, Paulo Freire.

Marlene conta que assim que conheceu a história e o projeto de sociedade que propunha o MST, se identificou e decidiu que era isso que ela queria para sua vida. Já se imaginava criando os filhos no assentamento longe da vida agitada da cidade e produzindo no seu sítio. E assim o fez, constituiu família, teve dois Sem-Terrinhas Gabriel e Renato, onde o primeiro estudou e se formou como Técnico de Administração em Cooperativas em uma escola do MST e hoje segue organizando a juventude e produção dos assentados e acampados no estado. 

Pouco conhecido pelos seus familiares na época, o seu ingresso nessa nova jornada no MST com a sua decisão de acampar gerou descontentamento em casa. “Eu tive uns probleminhas logo que entrei no movimento com a minha família, eles não aceitavam, até entenderem que essas terras que estávamos tentando conquistar era dos nossos bisavós ‘antepassados“. Hoje, uma das irmãs de Marlene seguiu o mesmo caminho, como ela diz “hoje minha irmã também é do MST”.

Educadora popular de carteirinha, Marlene já contribuiu na consolidação de escolas, cursos técnicos e como cirandeira das boas. Sempre disposta a construir uma proposta formativa para as crianças, pois acredita na construção do ser desde a primeira infância, ela segue construindo sonhos e ajudando a formar pessoas para um mundo melhor.

 “Assim que vim para o MST, foquei no setor de educação e nunca mais saí”, reafirma. Hoje, Marlene continua contribuindo na missão de formar consciências, dessa vez através da Escola Estadual Carlos Henrique Ribeiro dos Santos, localizada no Assentamento Denis Gonçalves, em Goianá, onde é assentada e vive com o seu companheiro.

Gostou a história da companheira Marlene?
Conheça também Marina dos Santos, filha e ao mesmo tempo parteira do MST, AQUI.

*Editado por Diógenes Rabello