Eleições 2022

MST rebate ataque de Tarcísio e oferece curso para “iniciantes em território paulista”

Candidato de Bolsonaro em São Paulo atacou movimento, que ofereceu a ele "aula sobre a vida no interior" paulista
Bolsonaro e Tarcísio durante evento, em setembro de 2020: chefe da Infraestrutura é um dos ministros mais próximos do presidente da República. Foto: Alan Santos/PT

Por Redação Brasil de Fato*

O ex-ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro e pré-candidato a governador de São Paulo pelo Republicanos, Tarcísio de Freitas, atacou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em encontro realizado com fazendeiros e empresários em Presidente Prudente, no interior do estado.

No evento, Tarcísio afirmou que o Pontal do Paranapanema “tem que deixar de ser a terra do MST”, fazendo referência à região localizada no extremo oeste do estado. “Aliás, esse fantasma do MST tem que ser banido do Brasil, porque a única coisa que eles trouxeram até hoje foi insegurança, para o campo, para o crédito, para o investimento.”

Em nota, João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, rebateu a fala de Tarcísio. “O nosso movimento luta pela reforma agrária, trabalha pela melhoria de vida das famílias de agricultores e para produzir alimentos saudáveis para o povo. O estado de São Paulo precisa de um governador que tenha coragem para banir a fome e o desemprego, a desigualdade social, a concentração de renda e o latifúndio, e a intolerância, o autoritarismo e o discurso de ódio”, disse. 

O coordenador do movimento fez referência ainda ao imbróglio envolvendo o domicílio eleitoral do bolsonarista. “Se o candidato quiser, podemos dar uma aula sobre a vida no interior de São Paulo. Temos escolas em todas as regiões do estado e podemos indicar algum curso para iniciantes no território paulista”, pontuou.

Natural do Rio de Janeiro, Tarcísio residia em Brasília, mas mudou seu domicílio eleitoral para São José dos Campos, onde fechou contrato de aluguel de um apartamento em setembro de 2021. O promotor eleitoral de São José dos Campos, Luiz Fernando Guedes Ambrogi, pediu a instauração de um inquérito para investigar a mudança efetivada em janeiro deste ano. A Polícia Federal está à frente da apuração. 

*Edição: Thalita Pires