Educação do Campo

Famílias assentadas em Campos Novos (SC) cobram retomada de Escola do Campo

Assentados/as do assentamento São José se reuniram com representes da prefeitura e cobraram a volta das atividades da Escola Itinerante Estudando e Plantando na comunidade
Escola Itinerante teve atividades suspensas no início deste ano, deixando de atender estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental que vivem no assentamento. Foto: Setor de Comunicação MST/SC

Por Setor de Comunicação MST/SC
Da Página do MST

Escola do Campo é vida na Comunidade! A última terça-feira (02), foi marcada pela ampla discussão da retomada das aulas na Escola Itinerante Estudando e Plantando. A escola localizada no assentamento São José, em Campos Novos, no estado de Santa Catarina, teve suas atividades suspensas no ano letivo de 2022, deixando de atender aos estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental.

A discussão retomou a demanda da comunidade, e as possibilidades de funcionamento que a legislação permite às escolas, trazendo relatos de experiências educativas que demonstram a importância do funcionamento das escolas do campo, mesmo com um número menor de estudantes.

Marivania dos Santos, moradora do assentamento, apontou em sua fala a relevância da retomada da escola, ela ressalta “há necessidade de que essa escola seja retomada em conjunto com a comunidade, porque construir a escola também é construir a vida na comunidade!”.

Os debates se iniciaram pela manhã na prefeitura do município e prosseguiram durante a tarde na comunidade do assentamento São José. Estiveram presentes o prefeito de Campos Novos, Gilmar Marco Pereira, a secretária de Educação, Adriana Zanatta, representantes da comunidade, do MST, e o professor da Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS), Willian Simões, que também integra a Articulação Catarinense por Uma Educação do Campo (ACECAMPO).

O professor Willian observa que na política brasileira há uma tendência ao fechamento das escolas no campo, pelo argumento econômico. Ele reitera que é preciso superar essa visão centrada no urbano, entendendo que a escola pode funcionar no campo e ser um espaço de referência, ao considerar em seu projeto a articulação com a vida no território. Ele situa algumas das possibilidades de trabalho na escola que a legislação permite, como “as turmas multisseriadas, o trabalho em regime de alternância, o ensino organizado por área do conhecimento — experiências que já ocorrem em escolas como nas casas familiares agrícolas”. 

Foi firmado um compromisso de formação de um grupo de trabalho para construir as possibilidades da retomada da escola no assentamento. Foto: Setor de Comunicação MST/SC

Em resposta à comunidade, o prefeito Gilmar destacou: “Nosso objetivo é encontrar alternativas legais de reabrir a escola! A alternativa, se ela emana do povo, tem mais força.”

Ao final do dia foi firmado um compromisso por parte dos presentes, sobre a formação de um grupo de trabalho para construir as possibilidades da retomada da escola no assentamento. 

*Editado por Solange Engelmann