Nota de Repúdio

MST repudia homenagem ao acusado de mandar matar Margarida Alves em Campina Grande (PB)

Câmara de Vereadores de Campina Grande votou PL que nomeia uma das ruas de nossa cidade de "Zito Buarque", acusado de ser um dos mandantes do assassinato da lutadora
Margaria Alves. Imagem: reprodução

Da Página do MST

O MST repudia o Projeto de Lei votado na Câmara dos Vereadores de Campina Grande, na Paraíba, que presta homenagem ao homem acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Margarida Alves.

Os trabalhadores e trabalhadoras do Movimento também agradecem e parabeniza a vereadora Jô Oliveira (PCdoB), a única representante da casa a votar contra esse absurdo, que que desrespeita a história de luta de um dos maiores nomes na luta pela terra e pelos direitos dos trabalhadores rurais no país.

O Projeto de Lei 183/2022, foi votado na terça-feira (23), pela Câmara Municipal de Campina Grande, e nomeia uma das ruas de nossa cidade de “Zito Buarque”, acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Margarida Maria Alves. Margarida foi uma mulher paraibana, sindicalista, que contribuiu e até hoje inspira a luta das trabalhadoras e trabalhadores rurais, e que foi assassinada na frente de sua casa e de sua família, com um tiro no rosto.

Na época de seu assassinato, Margarida denunciou a Usina Tanques ao Ministério do Trabalho. De propriedade de Zito Buarque, a usina foi acusada de abusos contra os canavieiros e de descumprimento da legislação trabalhista.

Embora Zito Buarque tenha sido absolvido, essa decisão nunca representou os movimentos sociais e as lutas por direitos humanos, que continuam ligando seu nome a exploração do trabalho e a toda a estrutura de opressão que esteve relacionada com a morte de Margarida. Crime que, mesmo após 39 anos, continua impune. 

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra Paraíba

*Editado por Solange Engelmann