Reforma Agrária Popular

Dirigente do MST cobra aliança entre luta popular e políticas públicas efetivas

O Bem Viver abordou a pauta da Reforma Agrária Popular no contexto das Eleições 2022
A entrevistada destacou que usar o boné do MST é dar uma resposta política para a sociedade. Foto: Joka Madruga

Por Redação
Do Brasil de Fato

O reconhecimento das lutas populares da agricultura familiar, além dos povos dos campos, das águas e das florestas, é uma das chaves para o combate à fome no Brasil, para Kelli Mafort, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ele defende esse processo associado a uma cobrança de efetividade de políticas públicas que, entre diversas benefícios sociais, atuam no sentido da segurança e soberania alimentar.

Kelli lembrou que a União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias (Unicopas) entregou, no dia 14 de setembro, ao presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a “Plataforma de ações estratégicas do cooperativismo solidário“. O documento reúne propostas para a construção de um modelo econômico alternativo aos modelos de produção atuais, a partir da economia solidária e do cooperativismo, para solucionar problemas atuais, como o desemprego e a fome.

A plataforma possui quatro pontos fundamentais: direito à terra e território; fortalecimento da capacidade produtiva da agricultura familiar; infraestrutura e qualidade de vida para os povos; proteção aos assalariados e assalariadas rurais.

Além de questões estruturantes, na edição do Bem Viver desta terça-feira (20), Kelli Mafort também apontou medidas emergenciais que estão sendo cobradas a um novo governo país.  

“Entendemos que a agricultura familiar, os povos do campo, das águas, das florestas, podem enfrentar o desafio de acabar com a fome e, ao mesmo tempo, enfrentar a questão da crise ambiental e das mudanças climáticas. É possível, com o campo brasileiro, com as suas potencialidades, enfrentarmos esses dois grandes desafios”, defende.

Kelli Marfort abordou também a distorção que parte da mídia empresarial brasileira fez recentemente com as declarações do também dirigente do MST João Pedro Stedile no segundo episódio da segunda temporada do podcast Três Por Quatro.  

“João Pedro Stedile estava se referindo a um contexto histórico, que faz parte dessa trajetória de luta, como ocorrido nos anos 1980, e a necessidade do povo se organizar. [A abordagem de parte da mídia] foi completamente descontextualizada, mas já era de se esperar, porque nós não temos nenhuma expectativa que a Veja, pelo seu desserviço em relação a toda a desinformação que promove junto à sociedade, não faria coisa diferente”, ressalta. 

A dirigente destacou a importância das ocupações feitas pelo MST há quase 40 anos, assim como a luta por moradia, como “mecanismos legítimos para que o povo possa expressar as suas reivindicações” no contexto de um país que não realiza uma “política séria de Reforma Agrária”. Ao mesmo tempo, Kelli lembrou que nos últimos anos houve uma redução de atos e mobilizações públicas por conta da pandemia de covid-19 e o “compromisso político do movimento com a vida”.  

Na entrevista, a data de 31 de outubro deste ano, como prazo para a suspensão de remoções forçadas no país, foi destacada. Em junho passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, oficializou que, durante esse período, as 142.385 mil famílias ameaçadas de despejo no Brasil possam permanecer em suas casas. 

“Nós não precisamos apenas de uma suspensão dos despejos. A gente precisa de uma política agrária, fundiária e também de moradia no nosso país. Então, nós continuaremos lutando contra os despejos, por “despejo zero”, mas ao mesmo tempo estamos exigindo de todos os candidatos –  especialmente do governo Lula, que queremos eleger -, uma política de habitação, de reforma agrária, que é o que assegura com que a gente não tenha essa situação de flagelo, de pessoas na rua ou pessoas desempregadas, sem-teto e sem-terra”, afirma. 

No documento que formalizou a prorrogação do prazo, Barroso lembrou, na época, que houve nova tendência de alta da pandemia, com a então média móvel de mortes chegando perto de 200 no país.

Confira também

Bem Viver permanece acompanhando as movimentações de profissionais da enfermagem após a decisão que suspendeu o piso salarial para a categorial. Atos e mobilizações pelo país estão sendo organizados para tentar reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal que barrou a medida.  

A edição também apresenta a série audiovisual “O Som do Rio”, que junta a liderança indígena Val Munduruku e a cantora e compositora Maria Gadú. A obra faz uma viagem pelo Rio Tapajós, no Pará, destacando a luta pelo sobrevivência dos povos e da biodiversidade diante de um curso d’água sagrado. 


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Edição: Daniel Lamir