Combate ao Analfabetismo

Lançamento de Mobilizadores Locais da Jornada de Alfabetização “Sim, Eu Posso!”, em Maricá (RJ)

Ao todo, 180 educadores e 28 coordenadores de turmas se preparam para a mobilização e busca ativa de pessoas em condição de analfabetismo na cidade
Atividade foi o primeiro processo formativo da Jornada de Alfabetização “Sim, Eu Posso!” na cidade. Imagem: @c.cadusousa/@alannysnevess/@azulay_gabriel

Por Comunicação “Sim, Eu Posso!” – Maricá/RJ
Da Página do MST

Visando a erradicação do analfabetismo, a Prefeitura de Maricá, no estado do Rio de Janeiro, através do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM) e da Secretaria de Economia Solidária, deu início ao processo de mobilização e busca ativa de pessoas na cidade. O evento, que ocorreu na última quinta-feira (20, foi a consagração de quatro dias de formação.

Ao todo, 208 pessoas se reuniram para se prepararem nesse primeiro processo formativo da Jornada de Alfabetização “Sim, Eu Posso!”. Participaram desta atividade 180 educadores, 28 coordenadores de turma, assim como a Coordenação Distrital e a equipe da Coordenação Política pedagógica.

Ao longo de quatro dias, os educadores se prepararam a partir de programações temáticas que colocaram em comum a concepção do método de alfabetização “Sim, Eu Posso!”, a caracterização sociocultural e geográfica do território e a discussão de elementos comunicacionais para a divulgação da Jornada de Alfabetização em Maricá.

Imagem: @c.cadusousa/@alannysnevess/@azulay_gabriel

Segundo Maria Gomes, militante do MST e coordenadora da Jornada, “a formação foi a preparação da equipe para logo ir até o território na busca ativa de pessoas. Assim, serão organizadas as turmas a partir da demanda de educandos que seja encontrada na cidade.”

A revolução das letras em Maricá

Rubneuza Leandro, do Coletivo de Educação do MST, fala sobre a necessidade de combater o analfabetismo. Imagem: @c.cadusousa/@alannysnevess/@azulay_gabriel

A taxa de analfabetismo no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Domicílios Contínua (PNAD, 2019), revelou que 6,6% das pessoas com 15 anos ou mais se encontravam em condição de analfabetismo. Ou seja, 11 milhões de analfabetos no país, sendo 21,7% (2,4 milhões) pertencentes à região Sudeste.

“Combater o analfabetismo não é apenas a apropriação do código da leitura e da escrita. O analfabetismo é a expressão dessa sociedade que não permitiu que esse sujeito pudesse ter frequentado a escola. Teve que abandonar, ele foi expulso da escola pelas condições de vida que teve, portanto a culpa não é dele. Precisa ser superado para ele entender e ter a coragem para poder se assumir, para poder vir, e poder permanecer até concluir o processo de poder escrever o seu texto”, afirmou Rubneuza Leandro, do Coletivo de Educação do MST.

O “Sim, Eu Posso!”, um método de alfabetização criado pelo Instituto de Pesquisa Latino-americano e Caribenho (IPLAC), contempla para seu eficiente desenvolvimento, as condições de vida das pessoas para alcançar o objetivo que é erradicar o analfabetismo. Reconhecido internacionalmente, o método já alfabetizou quase 11 milhões de pessoas em mais de 30 países. No Brasil, mais 100 mil pessoas têm sido alfabetizadas com este método, de acordo com acompanhamento do MST.

Imagens: @c.cadusousa/@alannysnevess/@azulay_gabriel

O vice-prefeito Diego Zeidan ressaltou que “O projeto “Sim, Eu Posso!” se propõe a zerar o analfabetismo em Maricá. “Isso é uma ação extraordinária que vai virar cotidiano na vida das pessoas. Isso é revolucionário, educar é revolucionário, e o projeto significa dignidade para o povo”, afirma.

As aulas acontecem no território de diferentes formas, podendo ser numa casa, numa garagem, desde que seja possível adaptar o local. Um atrativo das aulas que usa o método são os recursos visuais em formato de telenovelas, para a iniciação no mundo da leitura e da escrita. A dinâmica das aulas tem duas horas diárias durante cinco dias na semana. O local da aula tem que evitar que a pessoa faça grandes deslocamentos até o aprendizado. Por isso, as aulas acontecem no mesmo território onde moram, para que as pessoas consigam chegar às salas de aulas com tranquilidade.

“Vocês representam um movimento nesta cidade para combater o problema brasileiro que é o analfabetismo. Não só daquelas pessoas que não sabem ler e escrever, mas daquelas pessoas que não sabem entender o que escrevem”, assinalou Celso Pansera, diretor-presidente do ICTIM.

Uma jornada que já vem movimentando a sociedade maricaense, pela territorialização de possíveis locais, espaços, instituições e colaboradores que estão se somando, já que o êxito da jornada envolve, o esforço e colaboração de muitos sujeitos que contribuirão ao longo deste processo.

O ato de lançamento se encerrou convidando ao povo de Maricá com as primeiras matrículas simbólicas de três educandos do território.

*Editado por Solange Engelmann