Bolsonarismo mata

Casa de coordenadora do Centro de Formação Paulo Freire (PE) é incendiada por neonazistas ligado ao bolsonarismo; veja fotos e vídeo

Além de incêndio criminoso e tentativa de homicídio, ataques de grupo bolsonarista incluiu pichações com suástica nazista e a palavra "mito"; O Centro é uma referência em educação popular no Nordeste e já formou mais de 100 mil agricultores

Pela Comunicação do MST em Pernambuco
Da Página do MST

Na madrugada do último sábado (12), o Centro de Formação Paulo Freire, localizado no assentamento Normandia, em Caruaru (PE), sofreu ataques de um grupo de bolsonaristas, além de pichações com suástica nazista e a palavra “mito”. Os agressores atearam fogo na casa da coordenadora político-pedagógica do Centro de Formação, causando danos materiais e estruturais na estrutura da casa, além da tentativa de homicídio. Ninguém ficou ferido.

O Centro é uma referência em educação popular no Nordeste e já formou mais de 100 mil agricultores em diversos cursos na região. O ato foi praticado durante a madrugada por quatro pessoas que vestiam camisas amarelas.

A área do Centro de Formação Paulo Freire foi conquistada a duras penas, após uma longa ocupação com direito a greve de fome, e o título definitivo saiu apenas em 19 de maio de 1997, destinando 556 hectares para a Reforma Agrária.

O local conta com 52 alojamentos e um auditório para mais de 1000 pessoas e é considerado um dos maiores centros de educação popular do Nordeste. Para ensino, o MST possui convênios com instituições, como a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), a UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) e a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Desde que foi criado, em 1999, o Centro já formou mais de 100 mil pessoas em várias áreas, como o curso para produção de alimentos saudáveis dentro do Curso Técnico de Práticas em Agroecologia — conhecido como Pé no Chão.

Em 2019, o centro foi alvo do governo de Jair Bolsonaro, que desfez um histórico acordo entre o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e o MST e “ressuscitou” uma ação de 2008 para cobrar o despejo do local. O caso teve grande repercussão e gerou a criação de uma frente parlamentar em defesa do Centro. O processo hoje está parado aguardando procedimentos do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

O que fica evidente é uma forte motivação política em ataque, de grupos que não aceitam o resultado democrático das urnas, onde mais de 60 milhões de brasileiros e brasileiras votaram em Lula para presidente. Nós do MST repugnamos essa ação terrorista e já procuramos a Justiça. A perícia foi feita no local. Defendemos a democracia, com um país democrático para todos nós.

Direção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de Pernambuco

*Editado por Yuri Simeon