Reforma Agrária Popular

Festival da Reforma Agrária começa em SP com jogo do Brasil, atrações culturais e comida de verdade

O público também participou de oficinas e prestigiou ato político de abertura do Festival

Da página do MST

Milhares de pessoas passaram pelo primeiro dia do Festival da Reforma Agrária organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que começou agitado, repleto de produtos agroecológicos e cheio de atividades. Ao longo deste final de semana, de 2 a 4 de dezembro, o MST realiza o Festival da Reforma Agrária, uma mostra da produção das associações e cooperativas do Movimento.

O relógio marcava 2h da manhã quando os expositores começaram a chegar no Galpão do Armazém do Campo de São Paulo e montar as barras com produtos da Reforma Agrária, entre frutas, legumes, verduras, cachaças, doces, queijos e laticínios, arroz e feijão orgânicos, mel, bonés, camisetas e muito mais. 

Com tudo pronto, às 14h o Festival teve sua abertura com muita música, dança, abraços e festa. A expectativa é reunir milhares de pessoas nos três dias de Festival para conhecer de perto e saborear o que é produzido pelas famílias agricultoras nas áreas de assentamentos e acampamentos, conquistados na luta pela Reforma Agrária Popular.

“O Festival da Reforma Agrária é apenas uma amostra do que é realmente produzido no nosso país, quem está aqui é também quem ocupou os latifúndios e tornou aquelas terras produtivas novamente. Não tenho dúvidas de que precisamos plantar alimentos saudáveis nesse país, mas também tenho certeza que pra enfrentar o fascismo não é com agroecologia e sim com luta e é com luta que enfrentaremos!”, pontuou Gilmar Mauro, da Coordenação Nacional do MST. 

Logo após a cerimônia de abertura, a primeira oficina oferecida do evento, “Experiências de Cooperação e Comercialização Digitais”, contou com a participação de militantes e de frequentadores do Festival. Outras quatro oficinas e diversas atrações culturais estão programadas para os próximos dois dias de evento. 

E a agitação tomou conta do espaço. Milhares de pessoas se reuniram no Galpão para acompanhar o último jogo do Brasil na Fase de Grupos contra a Seleção de Camarões. Apesar da derrota, a animação no Festival da Reforma Agrária seguiu contagiante. Entre as várias presenças especiais que ocuparam o Galpão do Armazém do Campo – SP na tarde desta sexta-feira, Eduardo Suplicy, deputado estadual eleito por SP, foi homenageado no intervalo e recebeu uma cesta de produtos da Reforma Agrária. 

“Comemorarmos as vitórias da seleção brasileira, principalmente vestindo a camisa verde e amarela, fará bem para nós. Parabéns ao MST por estar reunindo tantas pessoas aqui! Contem comigo na Alesp, pois estarei sempre junto às demandas dos movimentos sociais”, afirmou Suplicy. 

Ao fim do dia de abertura do Festival, um ato político fechou com chave de ouro essa mostra da produção das associações e cooperativas do Movimento. “O Armazém do Campo traz para a cidade o que é a verdade da terra”, explicou Rosa Amorim, Sem Terra eleita deputada estadual (PT-PE) em Pernambuco.

Nilton Tatto, deputado federal (PT-SP) de São Paulo, também participou da cerimônia. “Esse Festival representa a luta pela reforma agrária e a luta contra a destruição do meio ambiente. O MST é um movimento que planta fortalecendo”.

E para fechar o dia, com certeza não poderia faltar muita comida de verdade, fruto da Reforma Agrária e da Agroecologia. A Culinária da Terra trouxe mais sabor para o Festival com moqueca, baião de dois, feijão tropeiro, nhoque de mandioca e caldos diversos. 

Nos dias 2 e 3, uma série de oficinas trazem oportunidade de formação, com temas que variam desde as “Experiências de Cooperação e Comercialização Digital”, que acontecem na  sexta (2) às 14h, até “Materiais recicláveis”, conduzida pela Unicatadores; “Economia de gás”, “Produção de Fitoterápicos e Fitocosméticos” e “Manejo e Uso de Frutas Nativas da Mata Atlântica”, que ocorrem no sábado (3), em uma maratona formativa de oficinas, das 10h às 17h.

Já no domingo (4), a partir das 10h, acontece a Conferência “Pela Alimentação Saudável no Combate à Fome”, com a presença de Ceres Hadich, da Direção Nacional do MST; Tereza Campello, ex-Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome dos governos Dilma; Preto Zezé, presidente da CUFA; além de Adriana Salay, historiadora social e fundadora do projeto Quebrada Alimentada. A mediação da mesa fica por conta de Carla Bueno, da coordenação do MST, junto ao ator e jornalista Ernesto Xavier.

Entre as apresentações culturais confirmadas, o Festival contará com os shows de Siba e As Cantadeiras no sábado (03). E as apresentações de A Próxima Cia de teatro, Maracatu Ouro do Congo, Pereira da Viola, Nego Bala e Felipe Cordeiro no domingo (04).

No final de semana também tem comida de verdade! No sábado e no domingo o almoço estará disponível entre 12h e 15h. No sábado teremos também o jantar entre 18h e 20h.