Reforma Agrária Popular
Festival da Reforma Agrária reafirma compromisso na luta por alimentos saudáveis
Por Janelson Ferreira
Da Página do MST
Nesta sexta-feira (2), ocorreu o Ato de Abertura do Festival da Reforma Agrária, em São Paulo, SP. O Ato, além de ser um momento místico de início do Festival, contou com a participação de parlamentares que apoiam o MST. Durante a tarde, milhares de pessoas passaram pelo Galpão do Armazém do Campo para acompanhar o jogo da seleção brasileira contra Camarões, válida pela primeira fase da Copa do Mundo, e apreciar o primeiro dia do evento.
O Festival da Reforma Agrária Popular, que ocorrerá até domingo (4), tem como objetivo dar visibilidade ao debate do combate à fome a partir da promoção de alimentos saudáveis e à soberania alimentar junto à população urbana, além de promover estes espaços e canais de comercialização da produção da Reforma Agrária Popular e socializar a cultura popular e camponesa.
O Festival ocorre no Galpão do Armazém do Campo, que este ano já recebeu diversos eventos envolvendo cultura, encontros e seminários, e será, mais uma vez, palco para a comercialização da produção in natura e agroindustrializada com o sabor marcante das lutas camponesas, além de artesanatos e outros.
Gilmar Mauro, da coordenação nacional do MST, explicou que a produção que está na Festival é uma pequena amostra do que o Movimento produz em todo país. “Este povo são os mesmos que ocuparam o latifúndio há muito tempo e tornaram ele terra produtiva, e o melhor, terra produtora de alimentos saudáveis”, destacou o dirigente.
Para Nilto Tatto (PT-SP), deputado federal, o Festival traz um simbolismo que representa a luta pela Reforma Agrária do MST. “Se não tiver luta por Reforma Agrária e democratização do acesso à terra, o Brasil não perde só no ponto de vista econômico, no crescimento da miséria, mas perde em diversidade étnica, ambiental e cultural”, afirmou Tatto.
Já Paulo Teixeira, deputado federal (PT-SP), lembrou a realização das três Feiras Nacionais da Reforma Agrária, que ocorreram em 2015, 2017 e 2018 no Parque da Água Branca, em São Paulo, SP. “Precisamos juntar as bancadas estaduais e federais e realizarmos uma audiência com o futuro governador de SP para pedirmos a volta da Feira Nacional no Parque da Água Branca”, sugeriu Teixeira.
“A luta dos trabalhadores também tem que ser pelo meio ambiente e o MST está muito a frente nesta batalha”, destacou a deputada estadual Professora Bebel (PT-SP) ao lembrar da atuação do Movimento Sem Terra na conservação do meio ambiente. Desde 2020, o Movimento constrói o Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis, que em dez anos plantará 100 milhões de árvores em todo país.
Ao lembrar do Armazém do Campo, que possui 22 lojas físicas em todo país, Rosa Amorim, militante do MST que foi eleita Deputada Estadual em Pernambuco pelo Partido dos Trabalhadores, apontou o papel político da rede. “A rede Armazém do Campo serve para apresentar para a cidade o que é o MST, com todas suas cooperativas e produção de alimentos saudáveis”, afirmou Amorim.
A rede tornou-se referência para quem busca comida de verdade e produtos orgânicos a preço justo, tanto em São Paulo, quanto em outros estados do país, além de tornar-se ponto de encontro entre campo e cidade, onde se alimenta a ideia de que comer também é um ato político e cultural.
MST foi decisivo na eleição de Lula
Para Paulo Teixeira, o MST teve papel decisivo na eleição do Presidente Lula. “Vamos retomar a Reforma Agrária no Brasil com este novo governo Lula e sob o comando do MST”, disse o deputado. “Precisamos produzir alimentos, plantar árvores; mas enfrentaremos o fascismo é com luta de massas”, apontou Gilmar Mauro ao ressaltar a necessidade de se combater o avanço da extrema direita no Brasil.
Atualmente, a política de reforma agrária vive uma situação de completa destruição das demais políticas voltadas para a agricultura familiar, reforma agrária e produção de alimentos. Ações de assistência técnica, fomentos, habitação, educação do campo e criação de assentamentos tiveram os orçamentos praticamente zerados nos últimos anos, inclusive na proposta de orçamento para 2023.
*Editado por Fernanda Alcântara