Diversidade e resistência: Feira Popular movimenta o acampamento rumo à posse do Lula em Brasília

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

As delegações de todas as regiões do país presentes em Brasília, no Acampamento dos Movimentos Populares, no Estádio Mané Garrincha, já têm como parada obrigatória a Feira Popular. Espaço de comercialização dedicado às comunidades presentes no Acampamento, a Feira reúne artesanato, doces, fitoterápicos e produtos beneficiados nas agroindústrias da Reforma Agrária.

Rapadura, doce de leite e mel são a porta de entrada da Feira, na “Banca da Confiança”, organizada pela Raquel Ortiz, que veio do Assentamento Conquista do Cerro da Liberdade, no Rio Grande do Sul. Trazendo a produção da família que hoje vive no município de Sant’Ana do Livramento, Raquel apresenta com orgulho os itens produzidos pelas famílias do assentamento no sul do país.

Com o ânimo de poder comercializar a produção no Acampamento que antecede a posse do Lula, Raquel passa por Brasília, levando os frutos da organização de sua comunidade para pessoas de outras partes do país.

Do Norte do Paraná, Franciele Carvalho veio com a produção de bolsas do coletivo de mulheres do Acampamento Manoel Jacinto Correia. “Nosso coletivo tem a participação de cerca 100 mulheres que produzem bolsas como processo de financiamento das nossas atividades no acampamento”, disse Franciele, explicando que o valor arrecadado na venda das bolsas será destinado às ações do mês de março com as companheiras da área.

A movimentação intensa entre as barracas da Feira é sempre acompanhada de bons diálogos, partilha de histórias e apresentação dos produtos e seus benefícios. É assim que chegamos na barraca da Kixirrá Jamamadi, do estado do Acre.

Kixirrá trouxe para a Feira Popular as biojoias, as “pérolas da terra”, como ela chama. “São joias vivas, que permanecem vivas enquanto as usamos”, explicou enquanto apresentava os brincos, pulseiras e colares multicoloridos em sua banca.

“Depois de quatro anos a gente tem mesmo que comemorar, mas sabendo que esse é mais um início de uma grande luta”. Kixirrá, que acompanhou parte da Vigília Lula Livre, no Paraná, conta com orgulho as possibilidades de contribuir e vivenciar a experiência de resistência no sul do país com a Vigília, enquanto Lula esteve preso.

Rede Armazém do Campo

Além da diversidade de produção, artesanatos e fitoterápicos, a Feira apresenta ainda os produtos da Rede Armazém do Campo, com a presença das lojas do Distrito Federal e São Paulo.

Farinha, arroz, cachaça e camisetas são alguns dos itens comercializados pelos Armazéns no Acampamento dos Movimentos Populares. A Rede que hoje reúne 34 pontos de comercialização em 13 estados brasileiros, é a maior rede de produtos da Reforma Agrária no Brasil, sendo referência na comercialização de produtos livres de veneno.

*Editado por Maria Silva