Descaso

Estudantes de Direito da Terra no Pará cobram condições para continuar os estudos

As reivindicações já duram sete meses
A turma ocupou a Secretaria de Educação e a prefeitura do município e cobrou reuniões para discutir o problema. Foto: Reynaldo Costa

Por Reinaldo Costa
Da Página do MST

Educandos e educandas do curso de Direito da Terra do Programa Forma Pará em Itupiranga, no Sudoeste do estado, estão em continuas atividades de manifestação cobrando as condições básicas nas estruturas do Polo Universitário que abriga dois cursos do Programa pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESPA). Nesta quinta-feira (09), foram realizadas manifestações na prefeitura e na Secretaria de Educação do município. 

As condições vivenciadas por educadores e educandos é de um espaço, sem ar-condicionado, salas sem janela e extremamente lotadas, carteiras pequenas, constante falta de energia, banheiros insuficientes e inadequados, bebedouros insuficientes e com constante falta de agua. O “Polo Universitário”, não apresenta hoje espaços físicos suficientes para abrigar os cursos de forma que garanta o mínimo do bom aprendizado, e ainda apresenta ausência de salas de leituras, também não há biblioteca e nem laboratório de informática. 

A cobertura das salas são de zinco, e como o período é de muita chuva na região, as aula são constantemente interrompidas por conta do barulho provocado pelas chuvas. Outros barulhos que tem deixado professores sem condições de trabalho é que o polo abriga turmas de um projeto de artes marciais e um projeto com adolescente chamado “Guardas mirins”, que entre outras coisas tem aulas de música, formando uma banda com o uso de instrumentos de percussões diversos. 

Nesta quinta-feira os estudantes tiveram a aula interrompida mais uma vez e resolveram ocupar a Secretaria de Educação do município para uma reunião com o secretário, mas este dificultou o contato. Em seguida, ocuparam a prefeitura reivindicando uma reunião com o gestor local. A reunião deve acontecer nesta sexta-feira (10), mas até o fechamento desta matéria não foi confirmada. A turma tenta também uma reunião urgente com o reitor da UNIFESSPA para cobrar uma solução. 

Estudantes e professores encontram o Gabinete do Secretário de Educação fechado. Foto: Reynaldo Costa

O Curso de Direito da Terra do Programa Forma Pará é uma parceria entre UNIFESSPA, Governo do Estado e a Prefeitura de Itupiranga. E desde o início do ano, os educandos e educadores vem reivindicando junto a estas instituições melhorias e condições básicas para que o curso tenha continuidade. Porém, mesmo com vários diálogos realizados, até o momento nenhum dos acordos foi cumprido. 

Com início em julho do ano passado, os cursos do Forma Pará nessa cidade têm sido abandonados, “largados à própria sorte”. Em seu primeiro período a turma abrigou suas aulas em uma escola de ensino médio, na garantia de que em 15 dias o Polo Universitário estivesse em condições de receber as graduações, mas até agora o básico não foi garantido. “A situação é de revolta e frustração, revolta por que sentimos que os responsáveis pelo convênio não estão cumprindo com o acordo e frustração porque todos nós, educandos e educandas, estamos perdendo aprendizados”. relata Laiane dos Santos, discente e líder da turma. 

Uma reunião realizada no último 26 de janeiro mobilizou o coordenador do Programa, Raimundo Oliveira; o reitor em exercício, Denilson da Costa; e o coordenador do curso de Direito da Terra, Jorge Ribeiro. Algumas avaliações foram apreciadas, se verificou a situação como crítica e encaminhamentos foram propostos, mas passados 15 dias não se registrou nenhum avanço.

*Editado por Solange Engelmann