Justiça

Júri popular condena mandante e executadores do assassinato de Ênio Pasqualin, no Paraná

Assassinado em 25 de outubro de 2020, Ênio era assentado e militante do MST no estado
Ênio Pasqualin, militante do MST, assassinado em 2020. Foto: Arquivo pessoal

Da Página do MST

Após três dias de julgamento na comarca de Laranjeiras do Sul, entre 9 e 11 de fevereiro, o júri popular condenou o mandante e os assassinos do camponês Ênio Pasqualin, militante do MST. Assentado em Rio Bonito do Iguaçu, Pasqualin foi morto em 25 de outubro de 2020, aos 48 anos. 

A decisão do júri reconheceu Ademar Trocki como mandante, condenado a 21 anos de prisão. Já Daniel Dias e Tiago dos Santos, executores do crime, foram condenados a pouco mais de 21 anos de reclusão em regime fechado, e também por roubo de celulares e outros pertences de Ênio e familiares, atingindo mais de 40 anos de condenação.

Presidido pela juíza Daniana Schneider, a sessão de julgamento iniciou na manhã do dia 9/02 e encerrou às 18h deste sábado (11/02). Durante os três dias, o júri ouviu as testemunhas e informantes da defesa e acusação; a acusação feita pela Promotora de Justiça do Ministério Público Cláudia Juliana Almeida Erbano, e os advogados da família, Josiane Grossklaus e Claudemar Oliveira. Também foram ouvidas a defesa dos quatro acusados.  

A acusação também pediu a absolvição de Eleandro Góes, motorista que transportou os assassinos até as proximidades da casa das vítimas, pois não havia no processo provas que este acusado soubesse que seus caroneiros fossem cometer este crime.

Em 2020 o MST cobrou esclarecimento dos fatos e a prisão dos envolvidos, 2 anos, 3 meses e 17 dias após o crime, a justiça cumpriu sua função e condenou os envolvidos.

Sobre o caso

No dia 24 de outubro de 2020, a residência de Ênio Neudi Pasqualin e de sua família foi invadida por dois homens que entraram efetuando disparos de arma de fogo. A família foi feita refém e teve seus aparelhos celulares roubados. Uma caminhonete, de propriedade de um cunhado de Ênio que o visitava na ocasião, também foi levada.

Na manhã seguinte, o corpo de Ênio foi encontrado há cerca de 14,3 km da residência, com dois ferimentos por disparo de arma de fogo, um de raspão no braço e outro disparado nas costas. 

Histórico do Ênio

Ênio Neudi Pasqualin iniciou sua militância no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no ano de 1996, em Saudade do Iguaçu, Paraná. No mesmo ano, mudou-se para o acampamento Buraco, em Rio Bonito do Iguaçu/PR, fazendo parte de uma das maiores ocupações de terra do MST, em 17 de abril de 1996, quando três mil famílias Sem Terra ocuparam o latifúndio da Giacomet Marodin, atual madeireira Araupel.

Assentados na comunidade Ireno Alves dos Santos, em Rio Bonito do Iguaçu, no final de 1996, Ênio e sua família criaram raízes na região. Dez dias após seu aniversário de 48 anos, Ênio foi assassinado, por motivos fúteis.

Direção Estadual do MST Paraná