Jornada das Mulheres

Em defesa da Reforma Agrária, camponesas marcham até o Incra em Maceió (AL)

As camponesas cobram a reconstrução do Instituto, para o fortalecimento da produção de alimentos e desenvolvimento das áreas de assentamento no estado
Ação integra a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra que ocorre em todo o país. Foto: Oberlan Oliveira

Da Página do MST

Acampadas desde a tarde de segunda (06) em Maceió, Alagoas, cerca de mil mulheres dos movimentos de luta pela terra do estado, marcham na manhã desta terça-feira (07) até a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), no centro da capital. As camponesas levam até o órgão a defesa da reconstrução do Instituto, para o fortalecimento da produção de alimentos e desenvolvimento das áreas de assentamento, bem como a resolução da situação das famílias que hoje vivem acampadas no estado.

Reunindo mulheres organizadas na Comissão Pastoral da Terra (CPT), Frente Nacional de Luta (FNL), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), MST, Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) e Movimento Terra Livre, a ação integra a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra que, ao longo desta semana, realiza uma diversidade de ações em todo o país.

Pensar o desenvolvimento do nosso estado, passa necessariamente pelas necessidades do campo, em especial das camponesas que contribuem na organização das comunidades, na produção de alimentos saudáveis e na construção de uma vida digna no campo”, destacou Ana da Hora, da Direção Nacional do MST.

De acordo com Ana, a passagem das camponesas pelo Incra reforça a urgência da resolução de demandas concretas na vida das mulheres no campo: “passamos o último período enfrentando uma série de dificuldades no que diz respeito ao desenvolvimento das nossas comunidades e exigimos que a luta das camponesas e camponeses seja tratado como prioridade”.

Foto: Oberlan Oliveira
Fotos: Mykesio Max/Comunicação MST

As trabalhadoras Sem Terra saem em marcha do acampamento montado na Praça Sinimbu, batizado simbolicamente de “Acampamento Dandaras do Campo”, em direção à superintendência do órgão, ocupando as ruas do centro de Maceió e dialogando com a sociedade sobre a importância e o papel da Reforma Agrária para o desenvolvimento do campo, mas também da cidade.

Com faixas, cartazes e palavras de ordem, a marcha leva ainda a criatividade e ousadia das camponesas Sem Terra na luta contra a violência no campo, denunciando a impunidade e na defesa da justiça para aqueles e aquelas que lutam por dignidade.

Dandaras do Campo

Fotos: Mykesio Max / Comunicação MST

O acampamento montado na Praça Sinimbu recebe uma diversa programação, envolvendo debates, atividades culturais, rodas de conversa e muita mística. Assim, o espaço organizado pelas mulheres Sem Terra em Maceió se posiciona como uma referência da luta camponesa na Jornada que celebra a resistência do 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres.

Ao longo dos dias de acampamento, a programação organizada pelos movimentos recebe parceiras, autoridades e amigas da luta pela Reforma Agrária de Alagoas e posiciona a organização das mulheres do campo na linha de frente da luta pelo desenvolvimento do estado, a partir das mãos das trabalhadoras.

As camponesas participam ainda, como parte da agenda da Jornada, do ato unificado do 8 de março, organizado em Maceió com concentração na Praça Centenário, a partir das 15 horas.

*Editado por Solange Engelmann