Internacionalismo

10 anos depois de seu plantio, Chávez vive na ALBA

Declaração - VII Reunião da Coordenação Continental dos Movimentos da ALBA
Hugo Chávez: Imagem: VTV

Da ALBA Movimientos

Entre os dias 2 e 4 de março de 2023, estivemos em Caracas, Venezuela, 35 delegados de 20 países da América Latina e Caribe e mais de uma dezena de companheiras/os da Venezuela, para realizar nosso VII Encontro de Coordenação Continental dos Movimentos da ALBA, em homenagem ao nosso Comandante Eterno, Hugo Chávez, 10 anos após seu plantio.

Em meio a uma imensa mobilização nacional em homenagem ao Comandante Chávez, chegamos a esta Venezuela combativa e resistente, para debater e acordar as ações concretas a partir das quais desenvolveremos o plano de trabalho resultante da III Assembleia Continental de nossa articulação. A partir de uma análise aprofundada da situação atual do contexto político e social de nosso continente, avançamos na identificação de ações concretas de unidade antiimperialista, solidariedade e internacionalismo, formação política, comunicação popular e construção de pensamento estratégico para a emancipação de nossos povos.

O Caribe continua rebelde contra a imposição colonial de paraísos fiscais, espaços militarizados que com a desculpa do narcotráfico servem de base logística para ataques a outros países: o Haiti segue em resistência permanente contra as tentativas intervencionistas que os Estados Unidos e organismos multilaterais buscam em seu território, Porto Rico, Martinica, mais de 20 países continuam lutando por sua independência; Cuba continua defendendo e construindo sua Revolução, e na Mesoamérica os povos migrantes são cada vez mais discriminados e explorados em meio a profundas crises decorrentes do sistema neoliberal, mas esperançoso com o governo da companheira Xiomara Castro.

Os Andes hoje se destacam como uma das regiões de maiores disputas. Por um lado, na resistência contra governos neoliberais como no Equador, e em luta permanente contra ditaduras parlamentares como no caso do Peru; e por outro lado no acompanhamento de processos alternativos como na Bolívia. O ano de 2022 sem dúvida moldou o cenário andino com a vitória do governo do Pacto Histórico na Colômbia, que representa um compromisso com as mudanças que devemos acompanhar para que sejam realizadas com o povo como protagonista, como a luta permanente pela construção da paz com justiça social e a proteção da vida e da liberdade dos líderes sociais. Nesse cenário, a República Bolivariana da Venezuela segue resistindo às sanções imperialistas impostas pelos Estados Unidos, defendendo o legado do Comandante Chávez e hoje levantando as bandeiras de uma nova etapa de continuidade do avanço rumo ao socialismo a partir do Poder Popular sem dependência do petróleo.

Em nosso Cone Sul, a agenda imperial está voltada para a extração de recursos naturais como o lítio, bem como para a financeirização e o endividamento, a produção de alimentos e, nesse sentido, a disputa de soberania em territórios como a Amazônia, a Antártica e as Ilhas Malvinas é um elemento fundamental, assim como a luta contra o FMI. Com o recente triunfo do presidente Lula no Brasil, aumentam as possibilidades de integração comercial, energética e política da região, projeto em que a reativação de plataformas como MERCOSUL, CELAC, ALBA – TCP, entre outras, para a defesa de iniciativas de integração, onde a influência da Argentina e do Brasil em particular é determinante.

Acreditamos que neste momento a ALBA Movimientos deve olhar para as vitórias eleitorais como oportunidades para disputar não só os governos e seus projetos alternativos, mas também a participação protagonista dos povos para que sejam a principal fonte de consulta, crítica e mobilização que garanta a consolidação desses governos e os proteja contra as ameaças imperialistas de desestabilização.

Neste marco continental, a VII Reunião da Coordenação Continental da ALBA Movimientos afirma a necessidade de

Fortalecer a luta anti-imperialista como a melhor homenagem que podemos prestar ao nosso Eterno Comandante.

Continuar com nossas linhas de trabalho em solidariedade e internacionalismo, essenciais para a materialização de nosso projeto continental. Nesse marco, fortalecer a campanha permanente de solidariedade com o Haiti, que realizará mais uma jornada no dia em 29 de março, seguir na defesa das revoluções de nosso continente e lutar contra os bloqueios econômicos que o imperialismo lhes impõe.

Afirmar nosso compromisso com as ilhas do Caribe em acompanhar suas lutas pela independência total e a construção da soberania em seus territórios.

Declaramo-nos em ofensiva ideológica para nos contrapor ao trabalho permanente do imperialismo para conquistar as mentes e os corações do nosso povo. Nesse marco, continuaremos nosso trabalho de Formação Política em nível continental, promovendo a criação de Escolas e cursos, especialmente no Caribe e na zona andina. Da mesma forma, fortaleceremos nossas ferramentas de comunicação desde uma perspectiva popular e inclusiva dos diferentes países de nosso continente.

Promoveremos o confronto Bolívar vs. Monroe em defesa da unidade, soberania e independência de Nossa América, 200 anos depois da Doutrina Monroe.

Dar maior destaque as campanhas pela liberdade dos presos políticos de nossa região e do mundo, em particular dos camaradas Julian Assange e Alex Saab, prisioneiros do imperialismo estadunidense.

Construir cenários de debates nacionais e regionais que permitam discutir os Dilemas da Humanidade no marco do processo preparatório para a III Conferência.

Após 10 anos do plantio de Chávez, continuamos no caminho que ele traçou para nós: construir a ALBA dos povos organizados, dos movimentos, com o horizonte afro-indo-nosso americano e socialista feminista.

E dizemos com orgulho que há 10 anos lutamos para cumpri-lo Comandante: aqui está a ALBA dos povos viva, ativa e promovendo o processo de mobilização e luta contra o imperialismo, o neoliberalismo, o capitalismo, o racismo, o patriarcado, o colonialismo e fundamentalmente pela construção de uma alternativa para nossos povos, assim como você nos orientou: o socialismo afro-indo-nosso americano e feminista.

O Comandante Chávez vive em cada um de nós!

10 anos após seu plantio, Chávez vive na ALBA!

Comuna ou nada!

Coordenação Continental
ALBA Movimientos
Março de 2023