Transfobia

MST repudia transfobia sofrida por militante no Rio de Janeiro

Em nota, MST manifesta repúdio a violência transfóbica sofrida por Thifanny, militante no Rio de Janeiro
Foto: Agencia Patrícia Galvão

Da Página do MST

Em repúdio aos ataques transfóbicos sofridos por Thifanny, militante do Levante Popular da Juventude e do MST na Zona Sul do Rio de Janeiro, na noite do dia 8 de março, Movimento lança nota reafirmando o compromisso na luta contra todos os tipos de violência.

Thifanny voltava do ato unificado na capital carioca do Dia Internacional de Luta das Mulheres quando foi violentada.

“Repudiamos que ainda nesse mundo, pessoas se achem no direito de agredir, xingar e praticar atos como a transfobia simplesmente porque não concordam que as pessoas são livres para ser e amarem quem quiser”, destaca trecho da nota do MST.

O Movimento reforça ainda a solidariedade após o caso: “Nos solidarizamos com a companheira Thifanny e refirmamos que precisamos construir uma sociedade que não tenha espaço para a violência de gênero, racial e LGBTQIA+fóbica”.

Foto: Mariana Silveira

Confira a nota na íntegra:

NOTA DE REPÚDIO À TRANSFOBIA SOFRIDA PELA COMPANHEIRA THIFANNY

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vem a público repudiar a violência sofrida pela companheira Thifanny na noite do 08 de março.

Após a manifestação, no caminho de volta para sua casa, Thifanny, uma militante negra e travesti do Levante Popular da Juventude e do MST foi agredida gravemente por um homem desconhecido em uma rua movimentada da Zona Sul do Rio de Janeiro. A agressão se iniciou de maneira verbal, porém, logo seguiu para violência física. A militante foi xingada e apanhou a ponto de precisar de atendimento médico. Thifanny foi acompanhada para fazer o acompanhamento médico e registro da ocorrência na Delegacia.

Thifanny rompe com o que a sociedade espera de seu corpo e ter sido agredida ao retornar do ato do 8 de março, reforça a importância da data e da mobilização das mulheres até que todas sejam, de fato, livres.

O que aconteceu com Thifanny não foi um fato isolado. Em 2022 tiveram 151 pessoas trans mortas e houve pelo menos 142 casos de violações de direitos humanos contra Trans e Travesti, segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), entre outros muitos casos que não são denunciados.

Repudiamos que ainda nesse mundo, pessoas se achem no direito de agredir, xingar e praticar atos como a transfobia simplesmente porque nao concordam que as pessoas são livres para ser e amarem quem quiser.

Nos solidarizamos com a companheira Thifanny e refirmamos que precisamos construir uma sociedade que não tenha espaço para a violência de gênero, racial e LGBTQIA+fóbica.

Buscaremos justiça para que o que aconteceu com ela não se repita com nenhuma outra mulher trans ou sujeito LGBTQI+.

Temos a esperança ativa da construção de um país mais justo e digno para todas nós. Que o oito de março seja uma data para lembrar de nossas lutas para que um dia nos seja possível viver sem violência.

Março de 2023
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST

*Editado por Gustavo Marinho