Karl Marx

Leia e lute: 11 livros para entender o marxismo na construção dos desafios atuais

Setor de Formação do MST organiza lista com leituras indispensáveis para entender a complexidade do pensamento marxista
Foto: Luara Dal Chiavon

Por Wesley Lima
Da Página do MST

Karl Marx é com certeza a maior referência para construção do pensamento crítico. Filósofo e sociólogo alemão, ele foi considerado o fundador do socialismo científico e o grande expoente da teoria comunista. Nesta terça-feira (14), completam-se 140 anos do seu falecimento, mas o seu legado e pensamento revolucionário segue estruturando a base científica e prática de estudiosos e trabalhadores em todo o mundo.

Em síntese, junto a Friedrich Engels, Marx elaborou um novo conceito sustentado na produção material da humanidade, a dialética, denominado como materialismo histórico dialético. Essa base filosófica possibilitou a realização de uma análise social e científica da história da sociedade, considerando como objeto de estudo “a produção material humana” e seus “mecanismos de construção em cada época”.

Foi pensando nisso, que Marx, ao examinar a produção material da sociedade europeia do século XIX, constatou o agravamento da desigualdade social, em que a burguesia, que detinha os meios de produção, promovia a exploração do proletariado, classe trabalhadora.

Esta relação antagônica entre burguesia e trabalhadores, o Marx vai chamar de “Luta de classes”, que está presente na perspectiva da análise econômica e social de muitos intelectuais na atualidade. Com o objetivo de apresentar alguns autores e livros que apresentam como o marxismo foi incorporado na perspectiva dos desafios atuais, o Setor de Formação do Movimento Sem Terra organizou uma lista com leituras indispensáveis para entender o hoje. Confira!

1. Marx – Vida e obra

Autor: Leandro Konder

Sinopse: Marx viveu no século XIX, mas sua obra ainda está viva e nos ensina coisas importantes. O modo de produção capitalista, que Marx analisou, sofreu algumas mudanças importantes, porém ainda continua funcionando – e continua a provocar resultados cruéis para os trabalhadores. Por ter mergulhado fundo no exame das desigualdades sociais e na crítica das injustiças inerentes ao capitalismo, Marx contribuiu para o esclarecimento de questões que ainda hoje nos desafiam, mais de um século depois da morte do pensador. Espero que este livro, publicado pela primeira vez em 1968, ajude os bravos companheiros a aproveitar as ideias de Marx, seus conceitos, sua concepção da história, sua concepção do homem e sua teoria da luta de classes, na luta política que estão travando.

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2. Poder e contrapoder na América Latina

Autor: Florestan Fernandes

Sinopse: a obra foi publicada originalmente em 1981 e é composto por três ensaios escritos com intervalo de dez anos – os dois primeiros frutos de conferências e debates realizados nos EUA e Canadá durante seu exílio; e o último escrito, em 1981. O tema central dos textos, como explícito no título, é a luta de classes e as disputas entre elas pelo poder.
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3. Ideias estéticas de Marx

Autor: Adolfo Sanchez

Sinopse: Responsável pela organização de duas antologias que se tornaram referência para os pesquisadores da área: Estética e marxismo (a ser publicado futuramente por esta editora), 1970, e Textos de estética e teoria da arte, 1972 –, Sánchez Vázquez elaborou materiais que lhe conferiram uma destacada posição neste domínio. Mas a primeira sistematização das suas concepções estéticas – fundamento de toda a sua reflexão posterior – veio à luz ainda em 1965: As ideias estéticas de Marx. E é precisamente este texto que a Editora Expressão Popular põe novamente à disposição do leitor brasileiro, inserindo-o na sua coleção “Arte e sociedade”.

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4. Marxismo na América Latina

Autor: Michael Lowy

Sinopse: “A coletânea de textos é precedida por uma introdução muito bem articulada teoricamente, cujo grande mérito é dar uma visão estruturada do campo altamente complexo formado pelas diferentes tendências e vertentes do pensamento marxista latino-americano. Tomando como fio condutor da análise a problemática da natureza da revolução no continente, Löwy mostra que a partir deste eixo nascem duas posições básicas no interior das quais se situam essas várias correntes.

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5. A ideologia Alemã

Autor: Friedrich Engels

Sinopse: No debate acerca da obra de Marx e Engels, é indiscutível o impacto que tiveram a publicação dos Grundisse, dos manuscritos de 1844, de 1861 – 1863, do Capítulo VI – Inédito etc. e, também, de A ideologia Alemã.

As evidentemente melhores possibilidades de compreendermos o pensamento de Marx e Engels trazidas pela publicação dos manuscritos resultaram, ao contrário do que se poderia esperar, em uma gigantesca confusão. Sem desconsiderar avanços importantes (Lukákcs, Mészáros etc.), os resultados foram mais problemáticos que esclarecedores: é como se houvesse um Marx e um Engels para cada intérprete de sua obra.

E uma das razões dessa confusão tem sido a prática disseminada de justapor os manuscritos às obras publicadas, como se entre eles não houvesse diferenças e contradições.

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6. Introdução ao Estudo do Método em Marx

Autor: José Paulo Neto

Sinopse: Neste breve e denso livro o professor José Paulo Netto traça um panorama da construção do método de Marx recuperando o contexto em que viveu e as referências teóricas nas quais Marx se baseou para edificar seu método; além disso, ele delineai os aspectos gerais da formulação teórica de Marx, sem incorrer em uma leitura dogmática ou manualesca. Este livro traz elementos para se compreender o pensamento de Marx, tendo em conta que ele “nunca foi um obediente servidor da ordem burguesa: foi um pensador que colocou, na sua vida e na sua obra, a pesquisa da verdade a serviço dos trabalhadores e da revolução socialista”.

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7. Contribuição à crítica da economia política

Autor: Karl Marx

Sinopse: nesse livro Marx estuda a mercadoria e o dinheiro ou a circulação simples, desenvolvendo de modo sistemático e completo sua teoria do valor e sua teoria monetária. É uma das fontes mais importantes – a outra é O capital – para o estudo do seu pensamento econômico. A ampla bibliografia estudada por Marx mostra muito bem quais sãos as proporções de sua ligação com a Escola Clássica da economia.

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8. Significado do protesto negro

Autor: Florestan Fernandes

Sinopse: Entende-se por movimento negro contemporâneo grupos e organizações que, no país, desenvolvem a luta e o combate ao racismo desde os primórdios da década de 1970. Tomou-se esse período como ponto de partida por ele determinar o marco da reinserção do Movimento Negro no cenário político ao apontar as relações raciais como um dos principais aspectos das contradições existentes entre a sociedade e o Estado no Brasil. Tal movimento tem como uma de suas estratégias a denúncia da discriminação, do preconceito e do racismo existente no país e o desmascaramento da farsa da democracia racial alardeada pela ditadura militar – no Brasil não existia racismo!

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9. Hasteemos a bandeira colorida – diversidade sexual e de gênero no Brasil

Organizador(es): Erivan Hilário, Kátia Marro, Leonardo Nogueira e Thaís Terezinha Paz

Sinopse: Este livro é uma bandeira hasteada para que os leitores e as leitoras possam entender e se posicionar frente à conjuntura atual na qual a temática da diversidade sexual e de gênero estão colocadas na vida de inúmeras organizações populares de classe e alguns partidos políticos de esquerda. Os 19 pesquisadores e militantes dos movimentos sociais e LGBT contribuíram para o avanço do debate com artigos que abordam, com algumas diferenças entre si, o tema da diversidade sexual e de gênero a partir de uma leitura histórico-crítica da realidade social e do panorama atual da luta de classes no Brasil. Esta coletânea representa o acúmulo construído no último período a partir de iniciativas da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF); do MST; de movimentos da Via Campesina, da Consulta Popular e do Levante Popular da Juventude.

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10. Comunicações em tempos de crise – economia e política
Autora: Helena Martins
Sinopse: A autora analisa a uniformização de ideias e opiniões com base na concentração midiática, nos meios tradicionais e também na internet, através do poder de grupos que impõem suas visões de mundo. A autora demonstra, a partir da concepção de hegemonia e contra-hegemonia política de Antonio Gramsci, que há um forte controle midiático do debate de ideias e uma urgente necessidade de se avançar na democratização das comunicações no sentido de construir uma diversidade ideológica e conquistar uma sociedade mais justa. Nesta obra, a autora desnaturaliza a concepção de neutralidade da tecnologia e aponta os setores sociais que estão no controle da comunicação nacional e internacional: as frações da burguesia, organizadas em grupos econômicos e políticos.

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11. Cartas sobre o Capital
Autores: Friedrich Engels, Karl Marx

Sinopse: Cartas sobre “O Capital”, escritas entre janeiro de 1845 e junho de 1895, constituem um formidável acervo para o estudo do processo de pesquisa e elaboração teórica realizados por Karl Marx. O livro mostra as inquietações, as dúvidas e questões que Marx buscou desvendar após o início de seus estudos econômicos em 1844. Mostra também a sua trajetória, e a contribuição de Engels, durante a elaboração e publicação das principais obras consideradas econômicas, a Contribuição à crítica da Economia Política, em 1859, e o primeiro livro de O Capital, em 1867, cujas notas, rascunhos e textos preparatórios constituem um enorme acervo, nem tudo ainda à disposição dos leitores.

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*Editado por Solange Engelmann