Nota Pública
MST afirma que governo de GO defende latifúndio usado para exploração sexual
Da Página do MST
Na madruga deste sábado (25), mais de 600 famílias Sem Terra ocuparam a Fazenda São Lukas, no município de Hidrolândia, em Goiás. A área ocupada hoje integra o patrimônio da União desde 2016. Mas, antes, a propriedade pertencia a um grupo criminoso, condenado, em 2009, pelos crimes de exploração sexual e tráfico internacional de pessoas. A ação fez parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que ocorre em todo país durante o mês de março.
Apesar de o Movimento reivindicar que um latifúndio usado para violentar mulheres fosse destinado para assentamento de famílias Sem Terra e, assim, tornar-se um espaço voltado à produção de alimentos saudáveis, o governador do Estado, Ronaldo Caiado (União Brasil), por meio da Polícia Militar, tentou reprimir a ação. É o que afirma o MST em nota, na qual denuncia a opção do governo estadual de Goiás em defender um latifúndio usado para violentar mulheres.
Destacamos que há uma inversão no papel do Governo de Goiás, que fez a defesa de uma propriedade utilizada em proveito de crimes, ao invés de buscar medidas que garantam a moradia, a dignidade e os direitos das famílias Sem Terra goianas”, afirma a nota.
No documento, o Movimento destaca que sempre buscou manter o diálogo e garantir a segurança das famílias, mesmo com a truculência e ilegalidade da postura do governo. “Nossa ação surtiu efeitos positivos para as famílias acampadas e seguimos em negociação com o governo federal, onde ficou agendado para a próxima semana uma reunião com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e na Superintendência do Patrimônio da União (SPU) para tratar do tema”, explica.
Confira a nota na íntegra:
Governo de Goiás defende latifúndio usado para exploração sexual e tráfico internacional de mulheres
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), afirma que, a ação do Governo de Goiás, por meio da Polícia Militar, de proteger latifúndio usado para exploração sexual e tráfico humano, foi arbitrária e ilegal.
No último sábado (25), 600 famílias do MST ocuparam a fazenda São Lukas, em Hidrolândia. A atividade busca exigir que uma propriedade usada para exploração sexual de mulheres e tráfico humano, fosse destinada para a Reforma Agrária.
No entanto, o Governo de Goiás, por meio da Polícia Militar, tentou reprimir a ocupação pacífica e democrática, com uma operação totalmente ilegal e violenta para despejar as famílias, mesmo a propriedade ocupada sendo de competência da União.
Apesar do grande contingente policial e o aparato de guerra utilizado pela PM contra trabalhadores e trabalhadoras, o MST buscou o diálogo e a negociação pacífica para garantir a segurança das famílias.
Destacamos que há uma inversão no papel do Governo de Goiás, que fez a defesa de uma propriedade utilizada em proveito de crimes, ao invés de buscar medidas que garantam a moradia, a dignidade e os direitos das famílias Sem Terra goianas. O papel do Governo deve ser de buscar a solução pacífica e garantir a justiça e a paz social, não de reprimir com aparato de guerra atos democráticos que reivindicam direitos constitucionalmente garantidos.
Além disso, é importante dizermos que, mesmo com a ação ilegal do governo do estado, nossa ação surtiu efeitos positivos para as famílias acampadas. Seguimos em negociação com o governo federal, onde ficou agendada para a próxima semana uma reunião com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e com a Superintendência do Patrimônio da União (SPU), para tratar do tema. Iremos exigir o assentamento das famílias acampadas e a imediata retomada da Reforma Agrária em Goiás.
Reafirmamos que seguiremos na nossa luta pelo assentamento das famílias Sem Terra acampadas. A Reforma Agrária é a saída para a crise de fome e miséria no estado e no país. Seguiremos firmes com nossa bandeira da Reforma Agrária Popular!
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra em Goiás
*Editado por Solange Engelmann