MST reúne parlamentares em apoio à Reforma Agrária

Por Janelson Ferreira
Da Página do MST

Na manhã desta terça-feira (11), o MST realizou um café com parlamentares amigas/os do MST. A atividade buscou reforçar o apoio de deputadas/os estaduais, federais e senadoras/es com a luta pela reforma agrária, além de apresentar a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária. 

Ao todo, cinquenta parlamentares estiveram presentes no café, entre eles, deputadas/os estaduais militantes do MST. Além de parlamentares, compareceram Kelli Mafort, Secretária Nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas, representando a Secretaria Geral da Presidência; Milton Fornazieri, Secretário de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar, representando o Ministério do Desenvolvimento Agrário; e o presidente da CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento -, Edegar Pretto. 

Ao tratar da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, destacou seu caráter. “Não teremos uma Jornada de ocupações em abril. Já chegamos a fazer 270 ocupações em um só mês, isso sim é jornada de ocupação”, afirmou Rodrigues. 

De acordo com o dirigente, o MST fará uma Jornada de mobilizações para denunciar a formação de milícias armadas com fazendeiros e exigir o assentamento de todas as famílias acampadas no país, além da nomeação de todos os superintendentes regionais do INCRA. “Faremos ocupações em áreas flagradas com trabalho escravo, improdutivas, que não cumprem sua função social”, destacou. 

Uma das deputadas federais presentes no café foi Gleisi Hoffmann (PT-PR), que apontou a importância do MST para a eleição de Lula. “Precisamos que o MST esteja forte e junto com a gente nesta Lula em defesa do governo”, disse Hoffmann. Para a deputada, dado o caráter de governo de coalizão, é fundamental que o campo popular esteja unido e forte. 

Solidariedade ao povo Saharaui também foi discutida

O café desta manhã também contou com a presença de Ahmed Mulay Ali Hamadi, embaixador da República Saharaui Democrática. Localizada no deserto do Sahara, às margens do oceano Atlântico, e tendo fronteiras com Marrocos, Argélia e Mauritânia, a República, que era colônia da Espanha, foi fundada em 1975. No entanto, apesar da independência do país europeu, o povo do norte da África passou a lutar contra a tentativa de anexação pelo Marrocos, interessado na área, que é rica em fosfato. 

Apesar de um acordo de cessar-fogo assinado em 1991, após um conflito entre as duas nações, o governo marroquino não cumpriu os termos, além de voltar a atacar o povo Saharaui a partir de 2020. 

“Somos a última colônia da África e estamos em uma situação bastante séria”, explicou o embaixador. De acordo com Ali Hamadi, o povo saharaui busca apoio do Brasil para a constituição de uma nova república democrática.  

Coletiva de imprensa apresentou Jornada Nacional de Lutas do MST

Na parte da tarde, ainda em Brasília, o MST realizou uma coletiva de imprensa para anunciar a 26ª Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, que ocorre entre 17 e 20 de abril. Participaram do evento Ceres Hadich, João Paulo Rodrigues, ambos da direção nacional do Movimento, além do Deputado Estadual Missias (PT-CE) e Rosa Amorim (PT-PE), militantes do MST. 

“No Brasil, tem terra, tem gente sem terra. O que falta é um pouco de apoio da sociedade para que possamos construir um programa de reforma agrária para garantir que neste país tenha democracia nas terras, produção de alimentos e preservação do meio ambiente”, afirmou João Paulo Rodrigues. 

“Reafirmamos nosso combate ao trabalho escravo, ao desmatamento, às queimadas, o uso de agrotóxicos e queremos promover um projeto de agricultura soberano, diverso, agroecológico, que permite outras relações humanas, de trabalho e com a natureza”, destacou Ceres Hadich. 

*Editado por Fernanda Alcântara