JURA

MST lança JURA 2023 no Armazém do Campo Rio de Janeiro

Lançamento foi na terça-feira (25), com presença de estudantes e professores de universidades, parlamentares, apoiadores e trabalhadores/as do MST
Mística trouxe a memória dos 27 anos do Massacre de Eldorado do Carajás e a Revolução dos Cravos, em Portugal. Foto: Renata Porto

Por Ramiro Dulcich
Para Página do MST

O lançamento da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária Popular (JURA) 2023 no Rio de Janeiro ocorreu na última terça-feira (25/4), no Armazém do Campo RJ, na Lapa/RJ, espaço de formação e comercialização que o MST constrói há anos na capital carioca.

A atividade reuniu estudantes e professores de várias universidades e regiões do estado; grupos da Universidade Federal Fluminense (UFF) de Campos dos Goytacazes, Rio das Ostras, Macaé e Niterói. Também estiveram presentes coletivos da UFRJ, da UERJ, do Maracanã e de São Gonçalo, da UFRRJ; da Uni-Rio e representantes do assentamento PDS Osvaldo de Oliveira, organizado pelo MST na região dos Lagos do RJ.

Neste ano de 2023, a Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária Popular completa dez anos. Com o tema: Reforma Agrária Popular: em defesa da natureza e alimentos saudáveis, a JURA se constrói como um espaço de aglutinação, resistência e de contribuição à batalha das ideias do nosso tempo histórico.

A Jura é fruto dos esforços coletivos de mais de uma década entre universidades e movimentos sociais que lutam pela democratização da terra no Brasil. E a expressão, no âmbito das universidades públicas do país, da Jornada Nacional de Luta, também conhecido como “Abril Vermelho“, que se realiza todos os anos, para lembrar o massacre de Eldorado do Carajás, em 1996, quando 21 trabalhadores Sem Terra foram cruelmente assassinados pelo latifúndio por defender seus direitos.

Eró Silva da Direção Nacional do MST, Fran Paula da ABA/ANA  e a Profa. Juliana Casermiro da UERJ e FBSSAN participaram do debate.
A deputada estadual (PT), Marina do MST esteve no encerramento da atividade e falou os desafios do mandato coletivo na luta contra a fome na Alerj.
Fotos: Renata Porto

Na mística foram evocados os 27 anos do Massacre de Eldorado do Carajás e a Revolução dos Cravos, ocorrida em Portugal 25 de abril de 1974. Com falas genuínas e potentes, com histórias de vida, relatos de experiências, os desafios da atual conjuntura para Reforma Agrária Popular no RJ foram debatidos, assim como as estratégias para o enfrentamento da fome, a destruição da natureza, soberania alimentar, produção de alimentos saudáveis, financiamentos para a agricultura familiar, a integração latino-americana e os desafios da organização popular em tempos de barbárie, com as companheiras, Eró Silva da Direção Nacional do MST, Fran Paula da ABA/ANA  e a Profa. Juliana Casermiro da UERJ e FBSSAN.

Nesta 10ª JURA a proposta é construir uma sistematização coletiva do processo, um balanço, que atualize a análise dos territórios de Reforma Agrária no estado de RJ, suas principais demandas e propostas, bem como a reconstrução da política pública e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), desmontados nos últimos seis anos de governos neofascistas e ultraneoliberais. Essa edição também visa promover os diálogos entre os diversos coletivos envolvidos na luta, instituições de ensino, grupos de estudo e pesquisa, coletivos artísticos e culturais, projetos de extensão universitária, cursos de formação e capacitação, projetos de preservação de sementes, dentre outros.

A abertura dos dez anos da JURA-RJ foi encerrada com a fala da Deputada Estadual Marina do MST, que destacou a importância da vitória eleitoral do ano passado e os desafios que o mandato coletivo tem enfrentado, sobretudo na construção da luta contra a fome dentro da Alerj. Por fim, os participantes tiveram um momento de degustação dos produtos da Reforma Agrária e um gostoso forró com o Trio André Bitto, Igor Conde e Leozão, que animaram a confraternização e a mística da luta popular.

*Editado por Solange Engelmann