Alfabetização

Programa Alfabetiza Belém – Sim, eu posso! certifica cerca de 200 belenenses no PA

Certificação aconteceu em Belém, na capital do estado
Foto: MST no Pará

Da Página do MST

Na tarde do último sábado (06), aconteceu no Centro de Convenções Benedito Nunes da Universidade Federal do Pará (Ufpa) a Certificação do Programa Alfabetiza Belém – Sim, eu posso!. Participaram da solenidade Jane Cabral da Direção Nacional do MST, o prefeito de Belém Edmilson Rodrigues, a Secretária Municipal de Educação Araceli Lemos, o Vice Reitor da Universidade Federal do Pará (Ufpa) Gilmar Pereira, parlamentares e educandos do programa.

Fruto de diversos diálogos entre movimentos sociais, universidades públicas federais e estaduais e Institutos Federais, o programa é uma pareceria da Prefeitura Municipal de Belém junto com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que utiliza o método de alfabetização cubano Sim, eu posso!

Através de 65 vídeos aulas e acompanhados de um educador ou educadora que faz a mediação dos exercícios, as turmas vão conhecendo e aprendendo a fazer as letras possibilitando o aprendizado de forma solidária e animada. A maioria das turmas é formada por mulheres a partir dos 50 anos e que nunca tinham frequentado a sala de aula.

Neste primeiro momento, o programa alfabetizou cerca de 200 pessoas que moram nos distritos de Belém, Mosqueiro e Outeiro, sendo que este último possui as ilhas de Cotijuba e Jutuba. Para Lenon Xavier, militante do MST e membro da Comissão Político Pedagógica do Programa, essa é uma experiência vitoriosa e muito envolvente.

“Formamos 26 turmas envolvendo mais de 200 educandos e educandas que hoje recebem sua certificação de alfabetizado pelo programa. Usamos o Sim, eu Posso!, que é uma metodologia muito efetiva e que surte efeito, porque as pessoas realmente aprendem a ler e escrever”, descreveu.

Essa experiência está sendo muito exitosa e bonita no sentido da emancipação humana, da educação popular e na prática da solidariedade entre as pessoas que fazem parte das turmas“, afirma Xavier.

Para dona Maria Olinda, 65 anos de idade e moradora da Ilha de Mosqueiro, participar do Programa trouxe mais alegria para ela e á deixa um pouco de saudades da turma. “Antes do Sim, eu Posso! eu não sabia fazer meu nome e agora eu sei escrever ele bem. Já leio muitas palavras e minha vontade é continuar estudando, porque me sinto muito motivada depois que frequentei as aulas do programa”, diz dona Maria.

Já para dona Marciléia Rodrigues, 47 anos e moradora da Ilha de Cotiuba, as aulas proporcionaram muitas coisas entre elas foi a vontade de continuar os estudos.

Eu venho de uma família muito humilde e nunca tive oportunidade de frequentar a escola. Agora que participei deste programa de alfabetização minha vontade e de continuar nos estudos e futuramente ensinar outras pessoas que não sabem ler e escrever, porque tem muita gente que precisa disso“, finaliza dona Marciléia.

O programa tem como principal objetivo zerar o analfabetismo em Belém e é preciso continuar fortalecendo a parceria entre governo municipal e movimentos sociais neste grande projeto de alfabetização.

Araceli Lemos, Secretária municipal de Educação, entende que este projeto é muito importante para a cidade e que ele desperta os melhores sentimentos na população. “O Programa Alfabetiza Belém – Sim, eu posso! toca o nosso coração pela beleza que ele representa. O MST, de forma árdua, vem desenvolvendo conosco o grande desafio que é zerar o analfabetismo em Belém”, afirma.

“Ver hoje essa certificação e saber que mais de 200 pessoas saem daqui não só sabendo ler e escrever, mas saem conscientes de seu papel no mundo para nós da secretaria e do governo municipal é louvável demais. A nossa vontade e disposição é de continuarmos fortalecendo esta parceria com o movimento e, assim atingirmos o  nosso principal objetivo”, afirmou Lemos.

Para Edmilson Rodrigues, prefeito da capital, o Programa Alfabetiza Belém – Sim, eu posso! é um compromisso central e estratégico para o governo que pretende zerar o problema do analfabetismo em Belém.

“Queremos transformar Belém na primeira cidade que não existe analfabetismo entre a população. O Programa Alfabetiza Belém – Sim, eu posso! é um método comprovadamente eficaz, porque além de alfabetizar ajuda a ler o mundo de uma forma mais crítica. Investir nesta parceria com o MST é de fundamental importância e devemos avançar muito neste sentido”, afirma Rodrigues.

Ane Cabral, da Direção Nacional do MST, relembrou o compromisso com um projeto de alfabetização nessa magnitude, principalmente na periferia da capital paraense, tem um significado muito importante para o movimento no sentido de construir novos valores entre as pessoas.

“A superação do analfabetismo em Belém é um compromisso do MST, assim como temos este mesmo compromisso no país inteiro. Aqui em Belém é um compromisso fundamental, porque nossa militância presente nas periferias da capital e nas ilhas próximas atuando no projeto de alfabetização tem também como objetivo contribuir na construção de uma cidade melhor para se viver”, concluiu.

*Editado por Fernanda Alcântara